Querido Brógui,
A primeira requentada, a primeirona, nem tinha o nome de Querido Diário. Foi o germe do germe, datada de 2002. O título é: “Computador, o maldito.” A meu juízo é um texto meio fraquinho, mas, lá vai. A intenção é essa mesmo, ver que, fora o Romário, ninguém é bom sem treinar.
PS: Em negrito, são recados da Fatinha de 2008 à Fatinha de 2002. Você vai perceber que, se fosse hoje, isso nunca teria sido escrito e muito menos publicado.
"Bem que uma vez uma colega minha do trabalho me disse que não tinha computador porque não queria em casa nada mais inteligente do que ela mesma (Não tenho a menor idéia de quem falou essa frase lapidar).
Também já li no jornal que grandes escritores, inclusive alguns imortais, não aderiram à modernidade, continuam usando suas velhas máquinas de escrever (Era o João Ubaldo, mas ele já se rendeu).
Uma amiga escreve tudo à mão e depois passa a limpo no computador, tendo o cuidado de guardar os manuscritos para não correr o risco de perder seu trabalho (Essa ainda não se rendeu. Dá pra acreditar?).
Manias à parte, enquadro-me na categoria “usuário”. Aquele que utiliza a máquina sem ter a menor idéia de como ele funciona. Faço o básico e pronto. (Quanto a isso, nada mudou em seis anos.) Ainda assim, confesso que tenho brigas iradas com a dita cuja, mormente quando ela insiste em fazer coisas que eu não mando, ou pior, não obedece ao meu comando. (Qualé! Isso não existe! A máquina obedece a comandos, não existe ainda inteligência artificial, o que existe é a inabilidade daquele que supostamente comanda. Mas, como eu tinha acabado de adquirir o meu primeiro computador, a ira é perdoável.) Nessas horas, tenho vontade de dar um bico nela. (Quanto a isso, nada mudou em seis anos. Ainda tenho vontade de bicar o computador de vez em quando.)
A primeira vez que tive esse ímpeto, deixei um recado na secretária eletrônica do André (Lembra?), que me ligou só pra dizer pra eu ter calma, que assim que pudesse retornava a ligação para tentar me ajudar a resolver a crise. Retornou a ligação, não resolveu nada, mas ao menos impediu que eu cometesse uma violência contra um ser inanimado e indefeso.
Já perdi arquivos que me custaram dolorosos horas de pesquisa na Internet, usando a minha conexão teco-teco (Eu ainda usava o telefone para entrar na Internet! Esse texto é jurássico mesmo!) Já perdi arquivos porque não salvava os textos quando os fechava. (Cá pra nós, a culpa não era do computador, mas da anta que o estava usando!). Já levei a máquina pro técnico dizendo que ela não funcionava e quando ele ligou, funcionou. Voltei pra casa, liguei, não funcionou. Levei pro técnico de novo, funcionou. Trouxe pra casa, não funcionou. Pensei até em tirar uma foto do técnico pra colocar perto dela, vai ver é algum tipo de fixação. Sem coragem pra pegar a porqueira e enfiar dentro do carro pela terceira vez no mesmo dia, dei uns gritos com ela e a deixei desligada de castigo por uma semana. Sabe que deu resultado? (É, parece que eu acreditava mesmo que as máquinas tinham vida própria. De qualquer maneira, até hoje não sei o que havia de errado.) "
Oi Fatem !!!
Não lembro mas não tem problema.Sinto-me importante em fazer parte desta histária.
Bjs
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