Fatinha

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Caxirola

In humor on 28/05/2013 at 11:33 AM

Querido Brógui,

Obviamente você já ouviu falar na tal da caxirola, instrumento musical (!?), criação baiana (onde mais?) de Carlinhos Brown (quem mais?). De onde vem esse nome? Nem Gúgol  explica. Por que com “x” e não com “ch”? Nem Bechara explica. Ok. Prossigamos.

A caxirola seria a irritante substituta brasileira à irritante vuvuzela. Melhor seria ressuscitar o irritante Dartagnan (que fim levou?). Foi lançada com grande pompa e circunstância, com direito a constrangimento protagonizado pela Corte brasileira. Olhei para aquilo, lembrei de Chico Buarque e pensei: “vai dar merda!”. Não que eu seja um gênio inteligentíssimo, nem uma vidente, nem especialista em instrumentos musicais (!?). Nem precisa ser isso tudo para visualizar 80 mil caxirolas voando pra dentro do campo a cada gol tomado pela Seleção Brasileira (o que também não é difícil visualizar). Enfim, se a gente se atreve a falar essas coisas em público, periga a patrulha cair de pau em cima, chamando de pessimista, fatalista, niilista e carnívora. No entanto…

Foi noticiado que a caxirola está proibida na Copa das Confederações. Isso depois dos acontecimentos ocorridos em um evento-teste na Arena Fonte Nova (por que agora “estádio” virou “arena”? Arena me lembra luta de gladiadores. Ah, tá! É isso! ) no qual torcedores do Bahia irritados com o desempenho do time diante do rival Vitória lançaram o instrumento (!?) no gramado. A partida precisou ser interrompida e os próprios jogadores tiveram que retirar os objetos do campo (meno male, só faltava ter que contratar mão-de-obra especializada em catar caxirolas).

O Comitê de Segurança considerou melhor proibir a entrada nas arenas portando instrumentos musicais. Esqueça a “furiosa”, isso faz parte do seu passado. Barulho agora, só aquele vindo da sua garganta (embora, mais cedo ou mais tarde, os gritos também serão vetados).

Mais uma vez lembrando Chico Buarque, ir assistir a um jogo de futebol está perdendo a graça. Não pode bebida, não pode cigarro, não pode ninguém em pé (Maracanã sem a Geral?), não pode tacar objetos no goleiro, não pode jogar saco de mijo, não pode torcida organizada. Pelo menos pode falar palavrão?

Inferno astral

In humor on 20/05/2013 at 10:16 AM

Querido Brógui,

Hoje não vou me movimentar. Não saio aqui do meu cantinho nem por um decreto. Nem amarrada. Preguiça?

Sacou? Assim como o Cebolinha, custei a acreditar, mas é real. O inferno astral existe, e, ainda bem, o meu foi de apenas dez dias – dizem que dura todo o mês que antecede o aniversário. Um mês dando tudo errado, sem condições.

Não acredita? Vamos ao rol das desgraceiras:

Fui sair pra levar o Joaquim para tomar banho – Joaquim, meu carro novo. Pneu furado. Pior que levar carro no lava à jato sábado de manhã, é parar no borracheiro sábado de manhã. Obviamente eu não sei trocar pneu e, mesmo que soubesse, não ia arriscar minhas unhas nessa tarefa sem glamour. O ajudante do borracheiro foi lá em casa, trocou o pneu, fomos até aloja, ele me prometeu que voltaria depois pra lavar o Juquinha – coisa que não aconteceu.

Retoque de raiz dos cabelos. Tinta na cabeça, cadê a água no salão pra enxaguar? Faltou. Meu pobre cabelinho foi lavado na base da cuia, com água mineral do bebedouro do salão. Além de ficar mal lavado, duro, ainda fui perceber em casa que estava todo manchado.

Médico para fazer a revisão da cirurgia. Havia pedido para chegar mais tarde ao trabalho, o médico não apareceu. Tava dodói. Cheguei atrasada no trabalho à toa.

Bloquinho provisório. Lembra que estou tendo que aumentar meus molares para aumentá-los? Pois então. Bloquinho caiu. Suicídio, nada fiz para ele pular da boca daquele jeito. Amanheci, sábado, na cadeira da dentista – uma santa que se condoeu da minha pessoa.

Irmão com crise renal – ele deixa pra passar mal lá em casa, é sempre assim! Lembra do Natal no hospital?

Ralei meu sapato novinho na parede, quebrei a unha fechando o zíper da calça, meu cordãozinho de ouro que carrega minha medalhinha quebrou sozinho e quase foi parar dentro do vaso sanitário – São Jorge foi salvo por uma manobra radical que me custou um jeito na lombar.

Ralo do banheiro entupido, vestidinho manchado de maquiagem logo de manhã.

Diga lá: você acha que eu vou arriscar mais algum movimento até amanhã?

PS: No meio disso tudo, Família Trololó passando o final de semana em casa, Magrelinho da Titia todo-todo lendo suas primeiras palavrinhas, amigos-de-fé-irmãos-camaradas me abraçando. Não tem inferno astral que consiga me fazer infeliz.

Trânsito no Rio

In humor on 01/05/2013 at 7:02 PM

Querido Brógui,

A segunda coisinha mais inútil (e previsível) do mundo é notícia acerca de como vai o trânsito na cidade. Só perde para aquelas previsões de final de ano feita por videntes.

Todo o santo dia, no horário de ida e de volta para o trabalho, em todas as rádios, ouço o repórter aéreo informar que a Radial Oeste está com o trânsito lento, por conta das obras no entorno do Maracanã. Há retenções na chegada à Praça da Bandeira e na altura dos Correios. O motorista também terá que ter paciência na Presidente Vargas na altura da Central do Brasil, na entrada para a Rio Branco e na Candelária. As obras de revitalização do Praça Mauá causam transtornos no viaduto da Perimetral e no Mergulhão da Praça XV, que está completamente engarrafado. Quem não é do Rio deve ter seus similares locais. Aliás e a propósito, desconfio mesmo da existência de um repórter aéreo diário. Deve ser tudo playback.

Não sei muito bem como funciona a cabeça de um engenheiro de tráfego (existe essa profissão?). Às vezes eles mandam uma bola dentro, como no caso das seletivas para ônibus. Cada macaco no seu galho, protegendo os pobres motoristas de carro particular das investidas dos motoristas de ônibus psicopatas. Outro dia fui perseguida por um deles, que conseguiu me dar três fechadas no curto espaço de um quarteirão. Estava o homicida em potencial em alta velocidade num horário que não dá pra passar de 20km/h, passando de uma faixa para a outra, espremendo todos os carros que se atrevessem a dividir a rua com ele. Um louco assassino. Queria eu ser tão louca como ele pra não desviar um milímetro e deixar bater. Mas como meu dinheiro não é capim e além disso eu iria causar mais um engarrafamento…

Se você pensa que com o carro parado minoram as chances de ser abalroado por um coletivo, engana-se. Redondamente. Quase tive um treco quando vi o retrovisor do meu veículo todo ralado. Provavelmente o motorista do ônibus resolveu verificar na prática se dois corpos conseguem ou não ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo. Não conseguiram.

Percebo também que, no mais das vezes, o que causa os malditos engarrafamentos não são as obras, nem acidentes, nem o excesso de veículos nas ruas, mas a mais pura e simples falta de educação e civilidade. Fechar cruzamento é um clássico. Costurar pra lá e pra cá como se isso fizesse alguma diferença, é outro. Todas as vezes lembro daquele desenho animado do Pateta motorista. Lembram? Quando ele entrava no carro, se transfigurava, virava um monstro? É a pura realidade. Quem não lembra, ou nunca viu, coloquei o link no “Fatinha viu e gostou” (Mr Walker e Mr Wheeler).

Já que hoje estou altamente cibernética, colocando links e tudo, vou aproveitar para chamar sua atenção para o fato de que agora, na página inicial, abaixo de cada post, tem três botõezinhos: um para compartilhar no facebook (embora eu não tenha facebook e não faça a menor ideia de como isso acontece), um para compartilhar pelo twitter e um outro para enviar o link do post por email. Também tem lá embaixo, no lado direito, uma maneira de você assinar o Brógui e receber automaticamente um aviso de que tem novidade. Tem ainda um negocinho que você clica pra dizer se gostou. Os comentários continuam a ser muitíssimo bem-vindos e eu sei que dá a maior preguiça na primeira entrada, porque tem que preencher um cadastrinho com email e quetales, mas a culpa não é minha, é do hospedeiro do Brógui. Depois da primeira (como tudo na vida), fica mais fácil. Mudei o título de “comentários” para “Os Bróguis também falam”, o que os eleva da categoria de passivos leitores para ativos escrevedores. Ainda tem as twittadas do queridobrogui, também do lado direito, com um botãozinho pra você segui-lo. Fora isso, tudo estava igual como era antes, quase nada se modificou, acho que só eu mesmo mudei, e voltei. 

Beijocas, fique em paz.

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