Fatinha

Chegando

In humor on 16/11/2022 at 9:23 AM

Uma viagem. Curta, longa, pra longe, pra perto. Sozinho, acompanhado. Padrão glamour ou no modo mochileiro das galáxias. Com folga de grana ou com os trocados contadinhos. Tanto faz. Uma viagem é a maior viagem.

Serve pra desopilar o fígado, curar mal de amor não-correspondido e sorrir curtindo o gostinho do novo. Serve para aliviar a ansiedade que gera aquilo que temos que resolver e não conseguimos nem com vela acesa.

Serve para conhecer lugares, pessoas, respirar um ar diferente, mudar alguns hábitos e fugir da chata rotina normal. Exercitar a adaptação e a flexibilidade.

Presta pra fazer tudo de uma vez e voltar mais cansado do quando saiu, precisando de uns dias de folga pra se recuperar dos dias de folga. Ou presta pra não fazer nada. Absoluta e redondamente nada. Só fazer fotossíntese e olhe lá.

Estou aqui, Brógui, chegando de mais uma pequena grande viagem. Escrevendo e tentando abstrair que estou famélica e praticamente desidratada porque vou fazer uma endoscopia e não pode ter nada no estômago. Não tá funcionando muito, parece que o proibido dá mais vontade ainda de fazer.

Fiz de tudo um pouco e aproveitei cada minuto, desde a ida de ônibus – num rola o preço da passagem aérea tão curta que quando o avião atinge a velocidade de cruzeiro, tá na hora de preparar para a aterrissagem – até a volta, também de ônibus. Deixei tudo o que me incomoda e me deixa triste para trás, só dei uma fraquejada no último dia – fraquejada da qual me arrependo, mas valeu pra fortalecer.

Entre comidas gostosas, sorvetes quebrando a dieta, longas conversas com minha cunhada favorita, brincadeiras com a sobrinha de quatro patas e videogame com o sobrinho de duas patas, aprendendo sobre economia e política com meu irmão cabeçudo.

Praia no dia lindo, praia no dia nublado. Piscina pra fugir do vento da praia. Comecei a reler um livro que emprestei pro Bão e ele nunca leu e tomei de volta o livro que dei pra ele de presente e ele também nunca leu – só lê livros técnicos, o cabeção que faz duas pós ao mesmo tempo.

Caminhei e fiquei deitada e fiquei sentada olhando o mar. Pensei muito muito muito. E não pensei em nada, nada, nada.

Cheguei há pouco e fui recebida pelo porteiro dizendo que não havia luz – consequentemente, não havia água. É, o gênio que projetou o prédio não colocou caixa d’água. É direto da rua. sem luz, sem bomba, sem água. Pensando no banho que eu tanto precisava e queria tomar, subi os quatro andares com a mochila/container nas costas, recitando mantra todo-castigo-pra-corno-é-pouco. Quando chego à porta do Micro, fiat lux! 🙂 🙂 🙂

Alguns minutos pra recuperar o fôlego e pensar que eu bem poderia ter chegado cinco minutos depois, mais alguns minutos pra ligar todas as torneiras e deixar sair a água suja, tô aqui. Limpinha, levinha, contentinha, pronta pra encarar com galhardia os desafios que estão por vir.


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  1. Excelente

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