Fatinha

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Variedades do Brasil, em Brussels

In humor on 28/02/2011 at 8:29 PM

Querido Brógui,

Tomei coragem para olhar e tentar organizar meu álbum de fotos da viagem. Achei essa daqui. Uma lojinha, em Brussels, de produtos brasileiros. Legal, né?

A que ponto cheguei!!!!

In humor on 28/02/2011 at 5:30 PM

Querido Brógui,

Na hora do almoço, ligo a televisão para distrair os olhos. Naquele canal, o noticiário esportivo mostrava pela milionésima vez o bonde do Mengão sem freio e seu “muso” Ronaldinho. Troquei para a emissora concorrente e lá estava Wagner Montes entrevistando a mãe loira do funk, ex-vereadora, Verônica Costa, acusada de torturar o marido com requintes de crueldade. Atraída pelo mondo cane, não resisti e fiquei assistindo ao depoimento da moça.

Entre lágrimas e fungadas ela negou todas as acusações, disse que o marido estava mentindo, que ele era um drogado, ladrão, aproveitador, espancador, covarde e por aí vai. Fiquei com pena dela. Pareceu mesmo sincera e vítima de um camarada que quis se vingar porque ela não pagou suas dívidas com os traficantes. Só ficou meio esquisito porque ela não soube explicar por que ficou tanto tempo casado com o inimigo.

Finda a entrevista, fui voltando os canais pra ver se o bonde do Mengão sem freio já tinha passado e dei de cara com Cidinha Campos entrevistando, pelo telefone, sabe quem? O marido, Márcio Costa, que vem a ser sobrinho do ex-marido, Rômulo Costa – a propósito, o primeiro afirmou que seu relacionamento com a Verônica Costa começou ainda na constância do seu casamento com o segundo. Alto nível.

Numa sincronia perfeita, acabou a entrevista da mulher num canal, começou a do marido no outro. O agredido, cuja ocupação não consegui apurar, confirmou todas as acusações, disse que a mulher estava mentindo, que nunca tinha roubado nada, que não era drogado, que nem bebia e pra entornar mais o caldo mencionou uma série de episódios de descontrole da suposta agressora. Fiquei com pena dele, pareceu mesmo sincero e vítima de uma camarada descompensada e chegada a uma pancadaria. Só ficou meio esquisito porque ele não soube explicar por que ficou tanto tempo casado com a inimiga.

Para dar um tempero todo especial ao furdunço, está rolando um entrevero entre a Verônica e a Cidinha. Tá sabendo não? Então vou contar: Verônica disse a Wagner que ia processar as pessoas que estavam falando dela, julgando-a, que ela não merecia isso, que estava sendo desrespeitada. O recado foi pra Cidinha, que, logicamente viu o programa do Wagner e respondeu em tom desafiador que a outra podia processar à vontade, que ela não tinha medo, que ela disse e repetia que a Verônica era uma irresponsável, blábláblá e blábláblá. Ainda deu uma debochada, mandando trancar a porta do estúdio porque perigava a loira ir lá pra quebrar tudo. Suuuuuper alto nível.

A essa altura, o garfo estava parado no ar entre o prato e a minha boca, aberta, tamanho show de baixaria em pleno horário de almoço. E não é só isso, eu estava amarradona, querendo saber todos os detalhes sórdidos da história.

A que ponto cheguei!!! Eu, metida a intelectual, que não lê Caras nem vê Big Brother, toda empolgada com um babado subsubmundo e ainda discutindo quem era o mentiroso da parada!!! Antes tivesse ficado vendo o bonde do Mengão sem freio…

PS: Putz! Já ia esquecendo de contar que a Cidinha perguntou pro Márcio Costa se iria ter problemas sexuais porque suas partes íntimas foram alvo do ataque supostamente perpetrado pela louca furiosa. Faltou pedir pra ele mandar uma foto da sua genitália desnuda. Que coisa fina, não?

Dever de fidelidade (?)

In humor on 22/02/2011 at 9:00 PM

Querido Brógui,

Segue uma decisão do STJ sobre um caso curioso. Ainda estou refletindo pra ver se concordo ou não. O fato é que o colegiado considerou no seu acórdão que não é possível a existência de união estável paralela, ou seja, duas uniões estáveis concomitantes. Então é assim: o poder paralelo, o dólar paralelo, o universo paralelo, tudo isso existe, mas união estável, não. Seja lá como for, o que se considerou é que o de cujus não era fiel a nenhuma das duas mulheres e o dever de fidelidade é requisito fundamental para o reconhecimento da união estável.

Agora, vamos ao que interessa: uma levou a pensão, a outra depois ganhou a metade, nenhuma quis dividir e… ninguém ficou com a grana. Como diria o filósofo Dicró: “Melhor metade de 100% do 100% de nada.”

Que lhe parece?

“DECISÃO 22/02/2011 – 18h55
Não é possível a existência de duas uniões estáveis paralelas
Em decisão unânime, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou não ser possível a existência de duas uniões estáveis paralelas. Para os ministros do colegiado, a não admissibilidade acontece porque a lei exige como um dos requisitos fundamentais para o reconhecimento da união estável o dever de fidelidade, incentivando, no mais, a conversão da união em casamento.

O caso em questão envolve um funcionário público aposentado e duas mulheres com as quais manteve relacionamento até a sua morte, em 2000. O julgamento estava interrompido devido ao pedido de vista do ministro Raul Araújo. Na sessão desta terça-feira (22), o ministro acompanhou o entendimento do relator, ministro Luis Felipe Salomão, que não reconheceu as uniões estáveis sob o argumento da exclusividade do relacionamento sério.

Em seu voto-vista, o ministro Raul Araújo destacou que, ausente a fidelidade, conferir direitos próprios de um instituto a uma espécie de relacionamento que o legislador não regulou não só contraria frontalmente a lei, como parece ultrapassar a competência confiada e atribuída ao Poder Judiciário no Estado Democrático de Direito.

Entretanto, o ministro afirmou que não significa negar que essas espécies de relacionamento se multiplicam na sociedade atual, nem lhes deixar completamente sem amparo. “Porém”, assinalou o ministro Raul Araújo, “isso deve ser feito dentro dos limites da legalidade, como por exemplo reconhecer a existência de uma sociedade de fato, determinando a partilha dos bens deixados pelo falecido, desde que demonstrado, em processo específico, o esforço comum em adquiri-los”.

O relator já tinha apontado, em seu voto, que o ordenamento jurídico brasileiro apenas reconhece as várias qualidades de uniões no que concerne às diversas formas de família, mas não do ponto de vista quantitativo, do número de uniões. O ministro Salomão esclareceu, ainda, que não é somente emprestando ao direito “velho” uma roupagem de “moderno” que tal valor social estará protegido, senão mediante reformas legislativas. Ressaltou não vislumbrar, ao menos ainda, haver tutela jurídica de relações afetivas múltiplas.

Entenda o caso

Segundo os autos, o falecido não se casou, mantendo apenas uniões estáveis com duas mulheres até sua morte. Uma das mulheres ajuizou ação declaratória de reconhecimento de união estável e chegou a receber seguro de vida pela morte do companheiro. Ela teria convivido com ele de 1990 até a data de seu falecimento.

Ocorre que a outra mulher também ingressou na Justiça pedindo não só o reconhecimento da união estável, como também o ressarcimento de danos materiais e extrapatrimoniais devidos pelos herdeiros. De acordo com o processo, ela conheceu o falecido em agosto de 1991, e em meados de 1996 teria surgido o desejo de convivência na mesma residência, com a intenção de constituir família.

A 2ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de Porto Alegre (RS) negou tanto o reconhecimento da união estável quanto os ressarcimentos de danos materiais e extrapatrimoniais. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) reformou a sentença, reconhecendo as uniões estáveis paralelas e determinando que a pensão por morte recebida pela mulher que primeiro ingressou na Justiça fosse dividida com a outra companheira do falecido.

No STJ, o recurso é da mulher que primeiro ingressou com a ação declaratória de união estável e que se viu obrigada pela decisão do TJRS a dividir a pensão com a outra. Ela alega ter iniciado primeiro a convivência com o falecido. Diz que o Código Civil não permite o reconhecimento de uniões estáveis simultâneas. O recurso especial no STJ discute, portanto, a validade, no mundo jurídico, das uniões estáveis e a possibilidade de percepção, por ambas as famílias, de algum direito.”

Pendências

In humor on 13/02/2011 at 7:12 PM

Querido Brógui,

Meu nome é Dência. Pen Dência.

Não sei se com todo mundo acontece isso, mas comigo é fato: vivo com assuntos pendentes, problemas pendentes, questões pendentes, tudo pendente – menos o meu corpinho, é claro. Parece que, a cada pendência extirpada da minha vida, surgem novas, como brotos num pé de feijão. Não consigo diminuir nunca a minha lista. É, eu faço uma lista, na medida em que vou me lembrando de que tenho que fazer alguma coisa que ainda não fiz.

A minha lista vai crescendo sempre. A cada item riscado, acrescento outros. Tento reorganizar a lista, colocando as encrencas em ordem de prioridade e com isso, há determinados causos que vão ficando sempre para depois, seguindo a máxima de Garfield de “não faça hoje o que você pode deixar pra fazer amanhã”. Isso sem contar que, atrás de uma encrenca, sempre há uma maior ainda.

Desorganizada? Em absoluto. Até para dar uma saída para resolver pepinos, há toda uma logística para evitar a fadiga, como um roteiro de despepinização por área. Então, se é para ir ali, o que há no meio do caminho? No final do dia, vejo que otimizei o meu tempo, mas não diminuí a minha lista e muito menos aplaquei minha ansiedade.

Quer um exemplo? Ida ao oftalmologista, coisa que me come no mínimo três horas de vida e me dá vontade de tomar uma overdose de ansiolíticos. Vou armada com livros, sudoku, celular com internet, faço faxina na bolsa, contas com o extrato do banco e o tempo não passa. O médico me atende em três segundos, o suficiente para pedir um exame e dizer que preciso trocar de óculos e ver se as minhas lentes de contato estão prestando ainda. Pronto. Risco o oftalmologista da lista e acrescento marcar exame, fazer o exame, levar o exame pra ele ver, fazer orçamentos em pelo menos vinte óticas (porque as lentes são mais caras que meus olhos), marcar uma visita ao contatólogo (essa profissão existe mesmo, não é invenção minha), ir no consultório do Waltinho pra ele condenar minhas lentes de contato ao ralo da pia, encomendar as novas lentes de contato. Percebeu? Mais sete pendências substituindo a primeira. Coisa de maluco, que me consumiu as duas últimas semanas e parte das minhas economias.

Outro exemplo é a tal da luz de ré do Tigrão. Pensa que foi só comprar e colocar? Engano seu. Tive que mandar desmontar o treco todo para depois o cara da loja dizer que o problema não é da lâmpada, é da rebimboca do sensor, o que me levará à oficina, que me levará a aproveitar e mandar fazer a revisão anual, o que resultará em mais uma faina e mais uma sangria na minha caderneta de poupança. (será que esse povo não lembra que eu tenho que ir pra Europa nas minhas férias????)

É. Meu nome é Dência. Pen Dência. Compra-se o cabo do computador, que não se encaixa no buraco, aí tem que procurar um adaptador que não se encaixa no cabo e depois um adaptador pro adaptador. Parece um buraco negro. Depois que eu me enfiei nele, não consigo mais sair, as pendengas andam de mãos dadas, como num complô contra a minha sanidade.

E você? Identifica-se comigo ou sua vida é toda encaixadinha como um grande quebra-cabeças já montado?

Dando satisfações

In humor on 04/02/2011 at 10:44 AM

Querido Brógui

Recebi milhares de emails cobrando umas e outras coisas, o que quer dizer que meus Bróguis estão cada vez mais exigentes e eu não estou dando conta da demanda. Então, vamos lá:

Muitos reclamaram que não conseguiram ver as fotos de Londres, que não abre o link, que vem escrito “ops!”, que vem escrito que não tem álbum nenhum. Qual é o problema? Não tenho a menor ideia, já que uma cabeçada de gente viu as fotos e outra cabeçada não viu nada. Não sei resolver isso, desculpe. Não entendo nada de computador, de provedor, de servidor, de hospedagem, hospedeiro, parasita, erro de DNS, de DNA, só me resta dizer que je suis desolé – à maneira chique e hipócrita dos franceses. O que farei, assim que tiver oportunidade e paciência é enviar o próximo álbum – Paris – alterando alguma configuração. Mesmo assim, tenho cá minhas dúvidas quanto ao sucesso da empreitada. Penso que o que acontecerá é que quem viu não vai ver e quem não viu talvez consiga ver… ou não. E eu ficarei desolé de novo e tá tudo certo.

O que tenho feito? Bem, semana passada consegui encontrar um monte de gente que não via há séculos, levei uns bolos de outras tantas e fiquei devendo a outras. O lado bom da coisa é ver que as pessoas com quem quero estar são tantas que não cabem em uma semana apenas. Como disse para minha comadre, se tanta gente legal gosta de estar comigo, então não devo ser tão chata como suponho ser.

Reencontrei as meninas da faculdade de História – lamentando profundamente a ausência da Ciça, que depois de um ano na Europa foi parar no Planalto Central. Sob um calor de 49º, todas esbaforidas no intervalo entre o trabalho e as crianças, matiné regada a Coca Zero, risadas, lembranças, novidades, fofocas. O idílico Bar do Costa, em Vila Isabel, será palco de outros encontros porque a mulherada gostou da ideia e já está reivindicando a segunda rodada. Você também está convidado.

Fui coarar na piscina com outra amiga que se aposentou ano passado, fui visitar outra que estava de passagem pelo Rio com a família, lanchar com outra, dei milhões de telefonemas e por aí vai. Quando vi, a semana havia acabado e não tinha conseguido colocar em dia minha vida social.

Também fui à praia com Keith Richards, tentei voltar pra academia – mas com esse calor tá difícil – fui ao cinema ver um filme horroroso, fui ao banco, mercado, nada que mereça maiores comentários.

Comecei a fazer o álbum de Paris, está em processo. Arrumei o guarda-roupa e tirei toneladas de entulho de dentro dele. Dei uma geral na minha estante e separei os livros que comprei e ainda não li – uns dez. Lavei o Tigrão, passei aspirador e tudo. Tenho que colocar as lâmpadas de ré que estão queimadas. Levei quase dois meses para comprá-las, acho que até abril eu as instalo.

E essa foi minha última semana de férias. Comecei a trabalhar, cair na real, agradecendo a Deus por ter como bancar minhas viagens e minhas frescuras. Esse ano não vai ser igual aquele que passou. Vou dar uma nova guinada na minha história. Mas isso é assunto para outro post.

PS: tem nego me devendo café, outro nego devendo passeio de bicicleta, outro ainda pastel no Adão, um dia na praia e uma moqueca. Tão pensando que não vou cobrar?