Fatinha

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Comidinha envenenada

In humor on 28/06/2012 at 11:59 AM

Querido Brógui,

Ontem no almoço, algo me caiu mal. Não sei se foi o feijão tropeiro, a feijoada que coloquei no prato pra completar ou o torresminho pra rebater. Talvez a couve… Sei lá. Caiu mal. Me deu uma dor de cabeça, passei a tarde enjoada, mas ainda saí do MP para a escola – eu, toda caxias, tinha que entregar as notas dos alunos e marcar a prova de recuperação.

Sentei no botequim da esquina, pedi uma Coca-Light, saquei as provas que ainda tinha que corrigir, depois o diário de classe pra fazer as médias. A dor de cabeça foi aumentando, o enjôo idem. Uma hora e meia depois, quase morrendo, fui pra escola. Cheguei, mico total. Verde, botando os bofes pra fora, gelada, todo mundo apavorado, uma colega me levou pro pronto-socorro. Tudo bem, plano de saúde serve pra isso.

Não tinha nem lugar pra sentar. Ainda tinha que preencher ficha e ficar esperando. Uma dona disse que estava esperando desde cinco e meia da tarde. Desisti, Dra Consuelo foi me socorrer, mandou eu ir pra casa, compramos um remédio e fui embora.

Clínica particular? Atendimento de qualidade? A prestação de serviço de saúde na rede pública não presta? Balela. Tudo balela. Acho que só me atenderiam se eu tivesse entrado na emergência pagando uma de “o exorcista”, vomitando na cara de todo mundo, com direito a revirar a cabeça 180 graus e tudo mais. Ou não. Quando Papai quebrou a perna, ficou horas estirado no chão até chegar a ambulância.

E aí? O que fazemos? Economizamos no plano de saúde? Continuamos pagando pra ver se o exame vai ou não ser autorizado? Paramos com essa besteira de ficar doente? Nos matamos?

Bem fez Bão, que invadiu a emergência e, no lapso temporal entre eu estacionar e entrar no prédio, ele já havia ocupado uma maca.

O fato é que toda essa minha dedicação, esse furor pedagógico, deu em nada. Os alunos ficaram sem nota.

Tá tudo assim tão diferente?

In humor on 26/06/2012 at 10:00 AM

Querido Brógui,

Ainda virada depois do “feriadão” proporcionado pela Rio+20, ainda não desfiz a mala, nem fiz as unhas. Fui pra terrinha, rever a Veneza Brasileira. Dar uma olhadinha pra verificar se as pontes estão no lugar, se os tubarões têm se alimentado bem e se a vista da Sé continua linda. Aproveitei pra dançar um forró e comer umas tapiocas. Fui à praia, fiz um estrago na minha pele, tipo “gato que nunca comeu melado”.

Por falar em gato, desculpe aí Bobinha, mas hoje cantei “atirei o pau no gato” a madrugada inteira, com vontade ir às vias de fato. O miserável miou embaixo da minha janela e não me deixou dormir. Tô morrendo de sono, usando apenas um neurônio para escrever. É o suficiente.

Não sei como foi o evento ambiental carioca, se finalmente vão tomar alguma atitude de ordem prática para a vida do planeta ou se apenas constataram que o fim está próximo e os astecas estavam certos. Uma coisa eu sei: quem diz que em politica nada muda, está redondamente enganado. Ouvi no rádio e vi de relance na primeira página do jornal que “tá tudo assim tão diferente”.

O que? Lula posando num vigoroso aperto de mão com Maluf, por exemplo. Tudo bem que Lula aperta a mão até do capeta – não podemos dizer que ele é petista xiita. Já apertou a do Collor, a do Sarney, a de todos os ditadores da América Latina e de fora dela. Sem preconceito. Da Rainha Elizabeth ao catador de lixo, foi pra ficar bem na foto, ele aperta.

Quer outro exemplo? A Família Adams, digo, Garotinho, aliada à família Mala, digo, Maia. Aconteceu o lançamento da campanha dos filhos, que agora são amigos de infância, sentando o cacete naqueles que outrora ocupavam o posto de BFF. Bem , de todo jeito, acho que estava escrito nas estrelas, afinal, os Adams e os Malas são descendentes diretos de outra famosa família que assombra nosso país há décadas. Aquela do Ministro do Trabalho. Ele ainda é Ministro? Ainda existe esse Ministério? Tô por fora.

Pra não dizer que é tudo original, o Prefeito da Cidade Maravilhosa vai se candidatar de novo e o Governador desapareceu – deve estar em Paris, dançando na boquinha da garrafa com a cueca na cabeça. O julgamento do mensalão tá sai-não-sai e o Charlie Big Fall também.

É por essas e outras que tenho como propósito de vida me alienar de vez. Vou assinar a revista Faces e acabar com essa mania de ouvir a CBN todas as manhãs.