Querido Brógui,
Ontem no almoço, algo me caiu mal. Não sei se foi o feijão tropeiro, a feijoada que coloquei no prato pra completar ou o torresminho pra rebater. Talvez a couve… Sei lá. Caiu mal. Me deu uma dor de cabeça, passei a tarde enjoada, mas ainda saí do MP para a escola – eu, toda caxias, tinha que entregar as notas dos alunos e marcar a prova de recuperação.
Sentei no botequim da esquina, pedi uma Coca-Light, saquei as provas que ainda tinha que corrigir, depois o diário de classe pra fazer as médias. A dor de cabeça foi aumentando, o enjôo idem. Uma hora e meia depois, quase morrendo, fui pra escola. Cheguei, mico total. Verde, botando os bofes pra fora, gelada, todo mundo apavorado, uma colega me levou pro pronto-socorro. Tudo bem, plano de saúde serve pra isso.
Não tinha nem lugar pra sentar. Ainda tinha que preencher ficha e ficar esperando. Uma dona disse que estava esperando desde cinco e meia da tarde. Desisti, Dra Consuelo foi me socorrer, mandou eu ir pra casa, compramos um remédio e fui embora.
Clínica particular? Atendimento de qualidade? A prestação de serviço de saúde na rede pública não presta? Balela. Tudo balela. Acho que só me atenderiam se eu tivesse entrado na emergência pagando uma de “o exorcista”, vomitando na cara de todo mundo, com direito a revirar a cabeça 180 graus e tudo mais. Ou não. Quando Papai quebrou a perna, ficou horas estirado no chão até chegar a ambulância.
E aí? O que fazemos? Economizamos no plano de saúde? Continuamos pagando pra ver se o exame vai ou não ser autorizado? Paramos com essa besteira de ficar doente? Nos matamos?
Bem fez Bão, que invadiu a emergência e, no lapso temporal entre eu estacionar e entrar no prédio, ele já havia ocupado uma maca.
O fato é que toda essa minha dedicação, esse furor pedagógico, deu em nada. Os alunos ficaram sem nota.
Melhorou!!!!!!!!!!!!!!!???????????????????????
Também, vive bebendo coca-cola!!!!!!!!!!!!!
Beijo.
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Oi, Fatinha. Espero primeiramente que esteja já tudo bem com você. Quanto aos planos de saúde, são negócios de saúde muito bem geridos para dar lucros exorbitantes aos donos e muita pouca atenção aos que os mantem. Ano passado fiquei metade do ano em hospitais com meu pai e meu irmão e comprovei tudo que você falou e muito mais barbaridades que eles cometem contra os usuários. Abraços.
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Acho que é melhor parar com essa bobagem de ficar doente…
A rede particular está pior que a pública.
E vc. melhorou?
Bjs,
Claudia e Renata.
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Fátima:
Sou solidária a você em sua indignação. Os planos de saúde atualmente estão aumentando o número de credenciados sem aumentar a rede. Há um mês, o Sergio fez uma cirurgia de emergência em um hospital em Nova Iguaçu. O hospital só tinha vagas em enfermaria, apesar de o nosso plano prever quarto particular. Paciência, ele tinha que ser operado… O pior foi, tarde da noite, após o estresse da “operação relâmpago”, eu ter que voltar para casa sozinha, dirigindo, sem sequer saber onde estava, o GPS não reconhecia a linha do trem e foi me dando umas orientações repletas de “novo cálculo da rota”. Resultado: fui parar numa favela não pacificada em Mesquita. Deus ajudou e eu acabei me achando. Mas a que preço o hospital ganhou diária de internação em quarto particular para colocar um paciente numa enfermaria?
Teste ergométrico o meu plano só está marcando para daqui a 2 meses.
Agora, me conte esse “babado forte”: você não abandonou o magistério depois de ter se tornado futura ministra do MP?
Beijos,
Ana Lúcia.
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