Fatinha

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Pensando gordo

In Sem categoria on 12/10/2008 at 10:36 AM

Querido Brógui

Rapidinho: na mesma revista, veio uma matéria sobre o uso da terapia cognitivo-comportamental para emagrecer. Pobres psicólogos sérios que trabalham nessa linha… Além de solução mágica para o TOC, depressão, ansiedade, stress pós-traumático, fobias, vícios em jogo, bulimia, agora vão ter que dar conta dos gordinhos. O pior é ter que explicar para essa galera que terapia não é milagre, que o processo pode ser rápido ou não, que é necessário separar o joio do trigo…
Mas não é isso que quero falar. Lá no meio da matéria tem um quadro “O pensar gordo e o pensar magro”. Depois de ler atentamente como funciona a cabeça de um gordo e de um magro, concluí que sou, irremediavelmente uma magra com cabeça de gorda. Eu busco conforto na comida, às vezes como compulsivamente, tenho fome de doce, quando perco peso retomo meus horríveis hábitos alimentares ao invés de prosseguir na reeducação alimentar, quando engordo penso que jamais vou conseguir perder aquele quilinho, me sinto injustiçada porque tem gente que come e não engorda, não tenho hora certa pra comer.
Acho que vou ter que trabalhar isso com a minha terapeuta.

Diarréia mental

In Sem categoria on 12/10/2008 at 10:21 AM

Querido Brógui

Como hoje é domingo, não vou lhe servir uma edição requentada. Pra você, com amor, uma fresquinha.
Estava eu folheando a revista em busca de alguma coisinha leve para ler, o que é difícil atualmente em meio a essa crise no mercado financeiro que deixa até os modestos poupadores de cabelo em pé. O pior é que quanto mais os especialistas tentam me tranqüilizar, mais nervosa fico, porque esses caras… não sei não. Mas, enfim, encontrei uma pérola que estimulou a minha produção de veneno. Pegue rapidinho seu soro anti-ofídico pra se garantir.
O título da entrevista com a atriz Cláudia Alencar é: “Ama a si próprio como a ti mesmo”. Vou repetir: “Ama a SI próprio como a TI mesmo”. FALA SÉÉÉÉRIO, como dizem meus alunos. Num relance, a dona já diz a que veio. A cidadã já começa mal, misturando a primeira com a segunda pessoa. Normal.
A atriz bate ponto na telinha na novela pra lá de trash “Os Mutantes” da Record, que, a propósito, aconselho dar uma olhadinha por três minutos. Não passe desse tempo, os danos cerebrais podem ser irreversíveis. Tudo certo, tá ganhando seu dinheirinho honesto, mas isso não é salvo-conduto para abrir sua torneirinha de asneiras.
Numa tentativa de travar um papo-cabeça com a entrevistadora, a criatura diz que o “ama ao si próprio como a ti mesmo” vem da filosofia hinduísta que deu origem a cristianismo. Hã? De onde ela tirou essa informação? Deixa pra lá.
Gentilmente, ela é corrigida: “Não seria ama ao próximo como a ti mesmo?” OK. Há vida inteligente no mundo jornalístico. Ponto para a entrevistadora.
Acho que a atriz leva muito a sério sua filosofia de vida. Só quem ama a si própria como a ti mesma tem uma auto-estima tão inabalável a ponto de falar tanta abobrinha com tanta autoridade sem perder o rebolado. Admirável.
Sentido firmeza nas suas palavras, ela continua a bostejar, afirmando que os físicos dizem que com a maternidade a pessoa entende o lado divino do ser humano e passam para uma segunda dimensão. Deixa eu ver se eu entendi: de acordo com a física, há uma segunda dimensão, que tem a ver com o lado divino do ser humano e só quem tem passe livre para essa dimensão são as mães. Tenho amigas que são mães e que jamais mencionaram ter mudado de dimensão. Será que as mães podem transitar livremente entre as dimensões? E por que elas nunca me contaram como é por lá? Será que é algum segredo guardado tipo aquelas sociedades secretas? Vou investigar isso, detesto me sentir excluída. Se há uma outra dimensão, eu quero ir, nem que tenha que ter um filho para isso.
Para finalizar a diarréia mental, a moça, que também escreve poesia, arremata: “A ansiedade é falta de delicadeza com o andar da natureza.” Deixa eu ver se entendi. (…) Não, não entendi.

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