Fatinha

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Direto de Baker Street

In humor on 04/01/2010 at 3:23 AM

Querido Brogui

Estou escrevendo de uma lan house in London, so nao ha como fazer acentuacao, isso nao existe em ingles. Sao cinco horas da tarde e ja e noite fechada. Sai sozinha para passear, achei direitinho o museu de madame tousseau. Me sentindo ja uma londrina, resolvi dar uma esticada ate oxford street, para ver o comercio, que abre aos domingos. Ate ai tudo bem, encontrei no caminho um pizza hut, no qual entrei antes que meu nariz gangrenasse. Lembra que eu falei que sentia frio nos olhos? Hoje o olho ficou lacrimejando, mas o pior foi o nariz dormente. Juro que fiquei preocupada pensando em como seria ter que colocar uma protese narigal.

Sai da pizzaria mais animadinha, levei um vento frio pela proa, meu nariz ficou dormente de novo, enrolei o cachecol no cara qual uma burca e rumei para baker street, para ver o museu do sherlock holmes. Achei o caminho direitinho, fiquei a vontade e disse para mim mesma que agora era so fazer o caminho ao contrario.

He He He

Quem disse que eu consegui? Andei que nem uma mula (a mochila pesa), percebi que a coisa estava mal parada. Entrei numa loja e pedi orientacao ao seguranca, que me mandou pro lado errado. Acredita? Estava errada e fiquei pior. Perguntei a uma guarda de transito para que lado ficava the regents park (que e perto do albergue). Antes de me dar a informacao, perguntou de onde eu era e me convidou para tomar um cafe. Declinei do convite gentilmente, tomei a minha reta e estou novamente pertinho do madame tousseau, ponto de origem. Agora to local. Mais uns tres quilometros e chego ao albergue, no qual divido um quarto com duas canadenses. Nao interagi muito com elas, porque quando cheguei ontem elas estavam saindo pra night e eu fui dormir. Hoje de manha sai e as deixei dormindo. Deve ser uma questao de fuso horario.

Meu ingles macarronico esta dando conta do recado. Acho que tem tanto turista e tanto imigrante por aqui que eles nem ligam mais ao ver sua lingua patria assassinada. (Marise, vc ia morrer de vergonha se me ouvisse minha pronuncia). No final das contas, ja passei por tres paises diferentes, tres idiomas, me pego falando gracias, oui, perai um instantinho, misturo tudo e eu mesma comeco a rir. Os locais riem tambem e falam: that`s ok, that`s ok.

O meu maior problema tem sido as tais das moedinhas. Nunca consigo achar qual e o valor delas, nao enxergo direito, fico toda enrolada. Pego as moedas, que nem crianca, coloco tudo na mao e peco pro vendedor catar o quanto chega. Se estou sendo roubada, tudo bem, o que os olhos nao veem…

Andei ontem naquele taxi preto londrino. Chique pra caramba. O espaco interno e maior do que o que ocupo no albergue. O motorista foi muito simpatico, morreu de rir do meu sotaque, perguntou o que eu estava fazendo no inverno europeu ao inves de estar pegando sol. Fez questao de descer do calorzinho dele dentro do carro, pegar minha mala e levar pra dentro do albergue.

Para minha felicidade, nao choveu. Nao caiu nem uma gotinha de agua. Acho que quando chego no lugar o tempo melhora. Vou fazer uma oracao para Sao Pedro.

Fico por aqui, meus minutos estouraram. Vou despejar meu porta niqueis no balcao e marchar para o albergue.

Bjs

Paz