Fatinha

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Barulhos

In humor on 11/10/2009 at 1:02 AM

Querido Brógui

Ou minha audição está ficando melhor a cada dia, contrariando as leis da natureza, ou o mundo sempre foi barulhento mesmo e eu não me incomodava com isso. Prefiro crer na primeira opção, porque a segunda significaria que estou ficando cada vez mais chata.

Nesses últimos dias não tenho conseguido dormir direito por causa do barulho da chuva. Quem foi que disse que esse barulhinho é relaxante? Como eu moro em uma uma casa, o som da água batendo no chão é ensurdecedor, ainda mais quando é aquela que desce pela calha.

Aqui também tenho que ouvir, pela manhã, antes de acordar, uma série de ruídos desagradáveis. Entre cinco e sete horas da manhã, vivo um pesadelo.

Acordo com os passarinhos que acordam fazendo a maior algazarra. Pra piorar, juntam-se a eles as jandaias, uma espécie de periquito, segundo informou minha santa mãezinha. Nunca as vi, mas elas parecem que estão brigando sei lá por que. São todas gritando ao mesmo tempo, sempre em frente à minha janela e eu acho que é de propósito. Acordar ao canto dos pássaros… que lindo… que romântico… que insuportável!!!

Tem também o vizinho taxista, que todo dia precisa consertar alguma coisa no motor do seu carro velho antes de sair de casa e não está nem um pouco preocupado com o barulho que fazem as ferramentas quando jogadas no chão. Ou você acha que ele coloca a chave de fenda delicadamente na caixa?

O morador da frente, dono de um possante Voyage prata, tem que esquentar o motor da coisa antes de sair, então, são pelo menos dez minutos de nhenhenhenhenhem, engasgos, ronco de motor. Você lembra quando eu tinha carro a álcool, carburação dupla e afogador? É pior.

Alguns minutos depois, chega a van pra pegar a garotinha que mora ao lado, que, é claro, nunca está na porta esperando, o que leva o motorista a buzinar enlouquecidamente. Por que ele não toca a campainha da casa dela? Por que toda a vizinhança tem que compartilhar do seu stress?

Depois, tem o caminhão do depósito de materiais de construção que fica em frente, com os peões conversando a plenos pulmões como se o que eles têm a dizer interessasse a todos os moradores da rua.

Por fim, toca meu despertador-celular. Desnecessário.

PS: De todos esses despertares antes da hora, o único fofo é o do beijinho de adeus do meu irmão, ao qual eu respondo com um indefectível boa viagem, vai direitinho.