Querido Brógui
Passada a ressaca do tiroteio, preciso lhe contar agora a ressaca da noitada de sábado. É, Brógui, nada como sair para dançar e desopilar o fígado, ainda mais 0800. Minha comadre conseguiu convites para o RoNquinha, festinha do Mauval, a qual compareço desde priscas eras.
Choveu praca durante o dia, mas, São Pedro deu uma trégua para os maluquinhos encararem a aventura de se meter na noite, debaixo de tiro. Todos os deuses estavam a nosso favor: não me perdi, encontrei uma vaga pertinho do local da festa, não tinha flanelinha e minha escova sobreviveu.
Fomos pegar os convites. Quem estava com a tal da lista amiga? Um amigo de academia. Confetes, confetes, sorrisos, sorrisos, ele pergunta: “Vocês não vão ver o show do Paralamas? Já começou.” Pois é, fizemos o sacrifício de assistir ao espetáculo, na cuspideira, antes do RoNquinha. Um aquecimentozinho honesto, música de primeira qualidade, sem contar que ver Herbert Vianna no palco é um milagre que sempre me emociona.
Subimos para a festa na varanda do MAM, lugar especialmente bonito. Maurício Valladares nos saudou com um “debaixo de uma chuva do ca*****, no meio da guerra civil, vamos a mais um RoNca RoNca. Tem apito na pista?”
Dancei até as pernas ficarem dormentes, me diverti horrores, gastei quase nada. O chato foi que perdemos uma hora de catarse por causa do maldito horário de verão, mas por outro lado talvez não tivesse saúde para agüentar tanta música boa, tanta gente divertida e tanta alegria, tudo de uma só vez.
Domingão, mal consegui levantar da cama. Não me rebelei. Depois da primeira tentativa, fui obrigada a me deitar de novo e dormir o resto do dia. Que desagradável!
PS: Essa edição é dedicada a Maurício Valladares, aos Paralamas do Sucesso, à minha comadre sempre animada Valerinha e, por último, mas não menos importante, a Evandro Rios.