Querido Brógui
Voltando da Cidade, preparo físico ruim, doida pra chegar em casa e esticar minhas cansadas canelas, toco o sinal para o ônibus parar. O motorista passa direto. Quando percebo o que está acontecendo, grito com aquela doce voz, padrão Clementina de Jesus: “Ei! Não vai parar não?”. O motorista não se digna a me responder e continua acelerando o veículo. Passa o primeiro quarteirão. Engrosso a voz, adoto aquele tom peculiar de professora dando esporro em aluno: “Ei! O ponto já passou!”. O motorista, ainda acelerando, responde: “O ponto não é aí não, minha tia!”
Doeu. Mais do que ter que andar muitos metros excedentes, ser chamada de “minha tia”, foi como tomar um soco na minha recente cicatriz. Ainda tive forças para retrucar: “O ponto é lá em frente ao banco, seu energúmeno!”.
“O que?”
“Vai procurar no dicionário, sua anta!”.
Desci meio que vingada. Duvido que ele tenha um dicionário em casa. Vai carregar essa dúvida pro resto da vida.
Fatinha:
Hoje postei este no Duelos, ok?
Link: http://duelosliterarios.blogspot.com/2009/07/o-energumeno-por-fatinha.html
Valeu mesmo!
Abração!
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malvadona, hein?
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Adorei! Já imaginou carregar esse trauma a vida toda?
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