Querido Brógui,
Eu sempre disse pra você que – diferentemente do que a maioria acredita – a nossa casa não é o lugar mais seguro do mundo. Há centenas de perigos que assombram qualquer lar, perigos dos quais nem mesmo suspeitamos. É dentro de casa que crianças bebem água sanitária, enfiam dedo na tomada e se atiram pela janela. É dentro de casa que os idosos quebram a perna, tropeçam nos móveis e escorregam no banheiro. Pois é, é dentro de casa arrumo meus hematomas, escoriações, queimaduras, unhas quebradas, cortes e outras coisitas mais.
Ontem foi o dia. Começando por espirrar gordura quente na minha cara ao fazer uma simples farofinha pra acompanhar o tradicional frango de padaria. Não sei quanto aos moradores de outras localidades, mas, aqui em Vila Isabel, nove entre dez famílias comem frango de padaria no domingo. São filas monstras e os estabelecimentos fornecedores da iguaria tentam conquistar a clientela com algum diferencial – que não é aquela farofa horrorosa que todos oferecem. Temos frango com fritas, frango com arroz, frango com arroz e fritas, frango inteiro, frango mutilado, frango torrado, frango quase cru, com linguiça e por aí vai. Daí, eu me encarrego de providenciar a farofa e, logicamente, o macarrão. Sim. Nove entre dez famílias de Vila Isabel comem, no domingo, frango de padaria com farofa e macarronada – com molho pronto, de preferência, que ninguém tá aqui pra esquentar o umbigo no fogão dia de domingo. O fato é que eu fiquei com o pescoço salpicado de gotinhas de gordura quente – fui rápida pra tirar a cara da reta, mas ainda assim…
Ao cair da tarde, fui lavar a louça do almoço e fazer um café. É. Isso mesmo que você entendeu. No final da tarde, depois de tirar um cochilo, ver competições olímpicas na televisão, fazer as unhas, ir pra academia. Pra otimizar o tempo e minorar a faina, coloquei a água pra ferver, arrumei a tripeça em cima da garrafa térmica, coloquei o pó e comecei a lavar a louça. É tudo cronometrado. Dá pra ensaboar tudo enquanto a água ferve, depois é só despejar a água no filtro e enquanto o café passa, vou enxaguando a louça. Perfeito, se eu não metesse o braço na garrafa e derramasse água fervendo na pia, no chão, no fogão, no teto e, logicamente em cima dos meus braços – veja: dos meus braços. queimei os dois. Gritei por socorro e lá veio minha santa mãezinha limpar a lambança enquanto eu tratava de colocar gelo nas queimaduras – aprendi na televisão que é bom resfriar as partes queimadas. Tudo sob controle, fui tomar banho.
Ok, correu tudo bem, até eu resolver abrir a porta do armário do banheiro, que veio na minha testa. Soltou o parafuso da dobradiça. Gritei novamente e lá veio mamãezinha me salvar. Entrou no banheiro com os olhos arregalados e quando viu a cena, começou a rir. Mandou eu ir nos Capuchinhos. Fui pegar a chave de fenda pra soltar o outro parafuso da porta. Tive que fechá-la para executar a manobra e, por óbvio, o fiz no meu dedo.
Gelo nas queimaduras, gelo na testa e gelo no dedo. Agora diga-me com sinceridade: o ambiente doméstico é salubre?
Veja pelo lado positivo: Nada como ter a mãezinha por perto.
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Cruzes, deve ser o efeito das explosões solares. Olha, para queimaduras nada melhor do que clara de ovo gelada – já usei e deu certo.
Aconselho uma oração para o seu anjo da guarda. Beijos.
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Capuchinhos urgente!!!
Bjs.
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OLÁ! CONCORDO C/ SUA MÃE: VÁ AOS CAPUCHINHOS!
DESCULPE MAS TIVE QUE RIR… AFINAL… DOMINGO ASSIM NINGUÉM MERECE!
BJS SAUDADES
LEDA
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Siga o conselho da sua sabia mãe, vá aos Capuchinhos, rsrsrs.
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Cruzes, Fatinha, vai rezar, vai!!!!!!!!!!!!!!! Beijos. Tô com saudade!
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