Querido Brógui,
Estou envolvida no tal do projeto de aceleração de estudos que já falei por alto com você. A receita é essa:
Pegue um adolescente do ensino fundamental com todos os hormônios em ebulição, defasagem de idade, problemas emocionais, psicológicos e parapsicológicos, excluídos pelo sistema, portadores de deficit de aprendizagem, dislalia, disgrafia, disfonia, dislexia, desmotivados, revoltados, irados, pertencentes a famílias desestruturadas e meta numa sala de aula.
Pegue professores cascudos, indignados, enlouquecidos, com vários parafusos a mais na cabeça, que acreditam no poder transformador da educação, com coragem pra mamar em onça, dispostos a passar seus dias e suas noites pensando no que fazer pra dar conta de tanto problema junto e jogue-o naquela mesma sala de aula.
Adicione uma metodologia boa, mas que peca por ser um tantinho inadequada à nossa realidade, conteúdos de quatro anos de escolaridade, teleaulas, livros, cartazes, material concreto, memoriais, percursos livres, recuperação paralela, um cronograma esquizofrênico impossível de ser seguido, tesoura, cola, lápis de cor e muita paciência.
Feito isso, tranque a sala de aula, jogue a chave fora e deixe esses ingredientes atingirem o ponto de (con)fusão.
Para finalizar a receita, leve os professores à capacitação para o próximo “nódulo”. É a cerejinha. Jogue o mediador da capacitação, sem colete à prova de balas, no meio de um monte de professores agitados, ansiosos, cansados, querendo mais soluções rápidas e eficazes e menos dinâmicas de grupo e espere ferver.
Pronto. Agora é só esperar o fim do ano letivo e ver que bicho que deu.
Trabalhei nuns projetos “sociais” com esses jovens, que aqui em BH atendem pelo singelo eufemismo de “jovens em risco social”. Uma missão para guerreiros da educação, sem nenhuma dúvida, Fatinha! Meu abraço. Paz e bem.
CurtirCurtir
Tempo!
Espaço!
A fronteira final…
Oi!
Recebi um email de nossa colega Cris Lemos onde ela relatava suas impressões e melhores momentos dos encontros com entusiasmo típico dos projetores da Automonia carioca!Muito bom!
Aqui, vc verte seu caldo mais suculento do pensar nosso fazer, do cotidiano, da labuta, das dobraduras e desmanches dos nós de nossa rede de relações interpessoais.
Aqui,você estabelece um novo link, cria seu hipertexto para ampliação do diálogo, se expande além da imagem, se projeta no tempo e no espaço!
Aqui, você acolhe aqueles que pensam, e os que fazem, pois nem sempre,necessariamente, ambos estão colaborando com o teu sucesso!
E sucesso, é isso!
Ser feliz porque simplesmente você é capaz de pensar, e fazer, junto, e misturado, numa receita deliciosa de amor, carinho e respeito profundo pelo valor da educação na vida das pessoas!
Parabéns!
Ivo
CurtirCurtir
Queridas Lelena e Solange, A mediadora foi bem legal, aguentou o tranco, ouviu nossas sugest�es e reclama��es, e, na medida do poss�vel, tentou nos atender. Infelizmente ela tamb�m tinha um cronograma apertad�ssimo a seguir e certamente deve ter que prestar contas � FRM acerca do cumprimento das metas. Sei l�, �s vezes acho que a gente planeja tanto que acaba engessado… Meus alunos � que est�o certos: VIVA A ANARQUIA !!!!!!!
CurtirCurtir
Os capacitadores, via de regra, estão apenas tentando se manter no esquema. Os projetos visam autonomia, mas os capacitadores são teleguiados.
E nós, bem…. sobreviveremos.
Solange
CurtirCurtir
pqp,Já me respondeu o e-mail… Por qual razão essas (in)capacitações são tão fantasiosas e ineficazes. Será que o nosso fracasso educacional não começaria pelas bases? Esses dinamizadores se doutoram, fazer mestrado e se afastam cada vez mais do “campo”, vêm com propostas ensandecidas, desconhecem o cotidiano… Qual será a solução?? Vejo colegas tão capazes, tão comprometidos e não conseguimos mudar o catastrófico quadro educacional carioca e brasileiro.
CurtirCurtir
Juro que pensei em um comentar mas não consegui…
CurtirCurtir
putz!
CurtirCurtir