Fatinha

Monkey Hill em estado de alerta

In humor on 26/04/2011 at 3:28 PM

Querido Brógui,

Passei a madrugada toda ouvindo uma sirene e uma voz ao microfone dizendo algo que começava com: “Atenção!”. O resto eu não consegui entender, mesmo tendo sido repetido e repetido e repetido. Lá pelas tantas, finalmente relacionei a tempestade com a sirene e a voz e pensei desolada que não tem jeito mesmo: entra ano, sai ano e continuamos reféns de São Pedro e, de acordo com o que Dudu falou na televisão, da maré. Sim, entrou agora na equação um terceiro elemento para que a Cidade Maravilhosa vire um mar de lama todas as vezes que cai uma chuva mais forte: a maré. De acordo com as sábias palavras do nosso alcaide, “graças a Deus que a maré estava baixa”, senão ia ser o mesmo espetáculo visto em abril do ano passado.

Então, é assim: São Pedro + maré + incompetência = enchente no Rio de Janeiro.

Precisei ir até a Centro da Cidade e tive o desprazer de passar e ver as áreas mais devastadas pelas forças da natureza – associadas à estupidez humana: Maracanã e Praça da Bandeira.

No Maracanã, o rio transbordou e deixou as marcas da imundície. Que chova em excesso e o leito do rio não dê conta, tudo bem, até nos países desenvolvidos acontece isso, mas daí a compreender por que a população insiste em ser porcalhona, vai uma grande distância. E aí eu alivio o Poder Público. Não tem companhia de limpeza urbana que aguente tanta gente jogando tanto lixo pelas ruas. Se ficar um gari o dia inteiro varrendo a mesma calçada, ainda assim ela estará suja no final do dia. O povinho também não aguenta esperar o dia da coleta do lixo domiciliar. Sai com seu saquinho plástico na mão e joga no primeiro pé de árvore que vir pela frente.

Quanto às autoridades (in)compententes, todo ano vêm a público dizer que há um plano XYZ e que nas próximas chuvas isso não vai acontecer de novo na Praça da Bandeira. E no ano seguinte, tudo de novo e outro plano sensacional. Esse ano a desculpa é que não se conseguiu financiamento do governo federal pra fazer a tal da obra. E o dinheiro do Município? Não chega? Não dá? Se o dinheiro não dá para bancar a educação, nem a saúde, nem a segurança, nem as obras públicas, dá pra quê? “Onde está o dinheiro? O gato comeu, o gato comeu. E ninguém viu? O gato sumiu, o gato sumiu.”

São Pedro? Vá lá. Maré cheia? Vá lá. Lixo jogado nas ruas entupindo o combalido sistema de escoamento das águas? Não dá. Negligência do governo? Não dá. Não tem oração que dê conta.

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