Querido Brógui
Eu sempre soube que algumas áreas do meu cérebro não eram bem desenvolvidas. A mais atrofiada delas é aquela responsável pelo raciocínio matemático.
Nunca me dei bem com os números. A Matemática sempre foi um mistério para mim. Tinha um certo interesse em Física, mas cedo percebi que não dá pra dissociar essa disciplina da tal da Matemática. Também acho bacaninhas aqueles probleminhas de raciocínio lógico, mas, qual uma criança de cinco anos, para chegar às respostas, preciso fazer desenhos. O natural então na minha vida foi seguir por outros caminhos, longe, bem longe, dessas coisas exatas.
Quarta-feira, dia da Festa Julina lá da escola. Eu, pronta para dar um golpinho e ficar flanando pra lá e pra cá, fingindo que estou trabalhando. Inadvertidamente, acabei por passar pelo local onde duas queridas colegas tentavam administrar a venda de fichas, aqueles papeizinhos pra comer. Não, não são papeizinhos comestíveis, servem para ser trocados pela comida, entendeu?
O caos já estava instaurado, a fila estava quilométrica e eu, toda solidária, gentilmente me ofereci para ajudar – crente que elas iriam, igualmente gentis, recusar. “Se dei mal”, como diriam meus alunos. Elas aceitaram minha cooperação.
Um cachorro quente, dois milhos, três salgados, um doce, duas brincadeiras e cinco refrigerantes!
Hein?
Um cachorro quente, dois milhos, três salgados, um doce, duas brincadeiras e cinco refrigerantes!
Peraí. Fala devagar que eu me perdi no primeiro milho.
Todos aqueles atendidos por mim tinham que repetir o pedido pausadamente, enquanto eu pegava os papeizinhos bem devagarzinho pra dar tempo de fazer a conta de cabeça (ou, disfarçadamente, nos dedos). Ô coisa complicada! Pegar tíquetes, fazer a conta, pegar o dinheiro e dar o troco. São muitas tarefas complexas, não tenho inteligência pra isso tudo, muito menos estando de pé e de salto alto (sim, nesse dia eu resolvi ir com aquela minha botinha).
Foi divertidíssimo. Me enrolei toda, demorava horas pra fazer o troco, esquecia o pedido e mandava repetir de novo, ficava que nem barata tonta procurando onde estava o envelope com os papeizinhos carimbados.
Com tudo isso, acredite se quiser, ninguém me mandou praquele lugar, talvez por causa meu sorriso idiota. Um bom sorriso idiota desarma e tem o poder de nos livrar de poucas e boas, experimente.
Como sempre tiro um aprendizado de tudo o que me acontece, o saldo da festa foi positivo: descobri uma série de detalhes tão pequenos de mim mesma.
Que detalhes? 1) Não sirvo pra trabalhar como caixa, já que não sei fazer contas e muito menos dar troco; 2) Também não levo jeito pra garçonete porque não tenho memória suficiente para salvar os arquivos temporários e atender aos pedidos; 3) Também não consigo fazer nada rápido sem dar tudo errado e ter que fazer de novo; 4) Meu mau-humor está mais ou menos sob controle, não dei coice em ninguém; 5) Não tenho mais idade pra ir trabalhar de salto alto.
Fiquei imaginando vc mandando o povo repetir o pedido, com toda a sua calma.
Estou rindo até agora.
Bjs
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Querida Vevê, Acaba de aumentar minha admiração por você. Faz contas de cabeça? Rápido? E lida com público? E sabe fazer cara de idiota? Sensacional! Bjs Paz
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Nunca fui boa em Matemática, mas aprendi a fazer conta rapidinho, basta envolver dinheiro (trabalho no comércio).
E o sorriso idiota funciona bem que é uma maravilha!!!
Beijos!!!
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Querida Helena, Acho que não era a sua barraquinha não, mas creio que você não se sairia melhor que eu. he he he Ainda não melhorou da gripe? Dudu manteve o calendário escolar porque disse que não há motivo para pânico… Deve estar esperando pra ver se morre algum professor. Bjs Paz
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Será que essa barraquinha onde você se deu mal seria a barraquinha para a qual eu estava escalada???????????? Olhe meu veneno… Santa Gripinha, vou acender uma vela em intenção dela. (rs,rs,rs,rs)
Beijos.
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