Querido Brógui,
Quando ouvi a notícia no rádio, hoje pela manhã, fiquei morta de curiosidade para ver essa nova moda japonesa. Quando cheguei ao trabalho, aproveitando que o chefe não estava, corri pro Gúgol, meu guru espiritual. Achei umas fotos, uma delas coloquei aqui pra você ver.
Segundo li, os japas injetam uma solução salina na testa (deve ser soro), ela incha, depois eles enfiam o dedo para modelar a rosquinha. Minha cabeça escatológica pensou, numa fração de segundos, um milhão de comentários impublicáveis. O mais leve dos meus pensamentos foi que está errada a assertiva de que, de graça, até injeção na testa, já que os debiloides japoneses pagam por isso. Aliás, pra mim, todos os japoneses eram inteligentíssimos, outra das minhas convicções que caiu por terra essa manhã.
(pausa para filtrar os pensamentos)
Bem, mesmo com todo o filtro, não posso deixar de formular a seguinte questão filosófica: O que leva um ser humano a querer ficar, voluntariamente, com cara de cu ? Sei que isso faz parte da vida, todos nós, de vez em quando, ficamos com essa cara, mas definitivamente não é uma questão de opção. Muito pelo contrário, tal situação embaraçosa geralmente não é revelada nem para o melhor amigo. É quem nem torcer o pé no meio da rua porque enfiou o salto da sandália entre as pedrinhas portuguesas, cair de joelhos, pagar calcinha, se ralar toda e levantar como se nada tivesse acontecido apesar da dor infame que está sentindo. Assim agem as pessoas normais, o que, obviamente exclui esse grupo de jovens de olhinho puxado.
Por falar em olhinho puxado, isso me leva a outro sério questionamento: Será que essa ideia estapafúrdia de fazer um terceiro olho na testa veio da inconsciente frustração por não ter olhos redondinhos? Faz um certo sentido, basta lembrar dos desenhos animados e dos quadrinhos japoneses nos quais todo mundo tem aquele olhão maior do que a cara. É. Pode ser isso. Ou não.
(outra pausa para filtrar os pensamentos)
Brógui, não dá. Preciso falar outra coisa. Acredito que Deus, em toda sua sabedoria, teve bons motivos para colocar o fiofó no lugar onde ele se encontra. Por que diabos subverter isso? Se fosse pra ficar aberto à visitação pública, não teríamos sido feitos dessa maneira, não seria tão escondidinho.
(terceira pausa para filtrar os pensamentos)
O meu filtro não tá dando conta. Melhor parar por aqui.