Fatinha

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Aos Homens

In humor on 11/12/2015 at 11:54 AM

Querido Brógui,

Após centenas de milhares de furiosas mensagens eletrônicas, vindas de cabras-macho, indignados porque só falo bem do sexo frágil, decidi homenagear os homens. Mas só aqueles que, independentemente de sua orientação sexual, merecem o H maiúsculo.

Antes de mais nada, que fique claro que não me arvoro de porta-voz de todas as mulheres do mundo. Sou porta-voz de mim mesma – e olhe lá. Então, meninas, ousem discordar, mas carinhosamente, como damas de fino trato.

Fique claro também que falo baseada em experiências empíricas, comprovadas em laboratório, com um grupo de controle, com cobaias que não sofreram nenhum tipo de abuso. Todas as conclusões foram tabuladas e documentadas  e estão à disposição para consulta.

Por último, antes que fiquem me chamando de sexista, feminista, machista e outros istas, vamos combinar que não dá pra fugir do óbvio e dizer que homens e mulheres são iguais. Não são. Têm os mesmos direitos e obrigações, mas são diferentes. Seja biológica ou culturalmente, seja por aprendizado ou atávico ou inato, somos diferentes. E isso é sensacional.

Ok. Vamos ao que interessa: o que mais se destaca no comportamento masculino? O raciocínio cartesiano, prático, linear, sem subtexto, sem metáforas. Isso é isso. Aquilo é aquilo. Quando diz, não quer dizer, disse mesmo. E se não disse é porque não tem nada pra dizer, não tá querendo que você adivinhe. Não fique tentando analisar, ouvindo a conversa na sua cabeça e procurando captar uma mensagem subliminar que não existe. Não fique passando o filme frame by frame e procurando um sinal oculto na linguagem corporal. Isso é coisa de mulher, homem é fácil de ler e entender, basta ter concluído o Ensino Fundamental da Vida. Nós somos muito mais complexas e o sofrimento deles para nos entender é infinitamente maior.

Esta peculiar forma de ver e encarar o mundo é digna de aplausos. Admiro e tento, na medida permitida pelos meus hormônios, adestrar minha mente para funcionar assim. Em momentos específicos, é altamente funcional. Com esta forma simples e gluten free de pensar, elimina-se as curvas e traça-se uma reta. É rápido, prático, não-emocional, sem grandes abstrações e, acima de tudo, eficaz.

Outra característica digna de ser mencionada é aquele jeito protetor, às vezes até atencioso e delicado. Tipo abrir uma tampa de rosca, ficar à direita na calçada, dar a mão pra atravessar a rua, dizer “deixa que eu resolvo” – esta é a parte que mais gosto. Os homens, quando se deparam com uma mulher que dá conta de tudo, esquecem que nem sempre a gente quer dar conta de tudo. Por vezes eu não quero dar conta de nada. Nem escolher a comida no cardápio.

É bacana, fofo mesmo (não, fofo não, homem odeia ser chamado de fofo) quando ele assume o controle da situação que já estava sob controle e fica todo feliz com isso. É muito legal quando ele coloca o refrigerante no seu copo. Carrega a sua bolsa. Fica em pé pra você sentar. Pequenos gestos que transmitem segurança. Como é bom ter alguém pra segurar sua mão na hora de subir uma escada usando salto alto! Ou que procura um canto pra você conseguir respirar no lugar mais cheio do planeta. E fica ali, demarcando o território.

Devemos permitir, noves fora toda a modernidade, emancipação, independência, blábláblá, que os homens exerçam as atividades nominadas como “coisas de homem”. É fundamental para eles afirmar sua masculinidade, saber que estão cuidando da mulher, que ela precisa dele pra alguma coisa, provar sua virilidade como nos tempos cavernas. A gente não precisa ficar explicando como historicamente aconteceu a divisão social do trabalho, é apenas deixar que o Y seja Y. 

Há algumas outras coisitas do meu estudo que compartilharei com você em outra oportunidade. Agora não dá, já falei demais e o meu público masculino não tem o menor saco pra isso.

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