Fatinha

Archive for 8 de julho de 2013|Daily archive page

Praha, a saga continua

In humor on 08/07/2013 at 4:37 PM

Querido Brógui,

Acordei virada, cheia de dores pelo corpo, pela primeira vez sentindo o tal do fuso horário, um mal-humor daqueles que você bem conhece. Mas, não tô aqui pra dormir em euros, muito menos nesse hotelzinho de mierda. Tomei duas canecas de café, um pãozinho safado com queijo camembert (é assim que escreve? pobre só sabe escrever queijo prato) e fui pra rua.

Achei a estação de trem e já estou com a passagem pra meu próximo destino. Entrei pelos fundos da Main Station e levei um bom tempo pra descobrir onde comprava o ticket, outro tempo pra descobrir como saia da estação.

Segui procurando a tal da Dancing House, tirei duas fotos (antes que comece a encher meu saco, eu tentei passar as fotos da cãmera teco-teco pro netbook teco-teco. nem com macumba.). Vai no gúgou quem tem a foto. Passei por um belo jardim, um monte de branquelos torrando no gramado, achei a Ópera de Praha, em obras, fui margeando o Rio Vlatva, olhando lá longe o Castelo. Comi um doce maravilhoso no café Kafka e fui atendida por um garçom lindo e educado. Na hora H, o cartão não passou. Puxei o outro. Não passou. O garçom revirou os olhinhos e disse que o wi-fi do restaurante estava com problemas. É. Revirou os olhinhos azuis. Lindo, educado e viado até o último fio do seu cabelo louro. Puxei uma nota de quinhentas coroas, que corresponde mais ou menos a cinquenta reais, ele não tinha troco. Fiz cara de paisagem e o doce ficou por conta de Kafka.

O mais legal de hoje não foram as paisagens históricas, o museu do gueto, nem o cemitério dos judeus, o mais legal foi ver um carro ser içado pela polícia. Içado, Brógui. O policial colocou uns ganchos nas rodas, o carro foi levantado e depositado no caminhão. Reboque? Isso é coisa de terceiro mundo!…

A segunda coisa mais legal foi escutar um “oxente” dentro de uma loja, mas não deu tempo de ver quem era.

A terceira foi a conversa surreal no bar do hotel. Eu, com meu inglês macarrônico, a tcheca com um inglês cheio de erres e um polonês com inglês nenhum. Chegamos à brilhante conclusão que, enquanto tivermos mãos, papel pra fazer desenhos e boa vontade, podemos conversar até com marcianos. Faltando o último requisito, nada acontece.  – desculpe Luiz Henrique, mas eles compartilham comigo o ódio pelos parisienses. Depois de um copo d’água e um café, nem lembrava mais que tinha pé, nem que a panturrilha estava em pandarecos. Energia positiva é tudo, um sorriso é tudo, um cigarro e uma caneca de cerveja compartilhados são tudo, ser conterrâneo do Neymar é tudo. Praha é tudo.

%d blogueiros gostam disto: