Fatinha

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E por falar em burrice…

In humor on 27/11/2012 at 1:49 PM

Querido Brógui,

Como é de conhecimento de todos, nunca tive muita intimidade com os números. Isso desde sempre, desde a minha mais tenra infância. Nunca repeti de ano, mas eventualmente passava raspando, na continha (exatamente porque não sabia fazer continhas, não é sintomático?).

Muita coisa, com o passar do tempo, acabei aprendendo porque acabei entendendo. É, porque tem isso: não adiantou muito querer me enfiar a Matemática goela abaixo porque meu problema era a falta de compreensão. Não tive a sorte de ter Andréa como professora.

Outras coisas aprendi porque comecei a ver a sua utilidade prática. O que era tese, virou real e isso ajudou muito. Quantas e quantas vezes me peguei dizendo: então é por isso que tenho que saber aquilo!!!

De todo jeito, como não fui bem trabalhada na infância, agora que metade dos meus neurônios já pediram baixa, meu raciocínio matemático é meio lento. Mas sou aplicada, insisto e estou conseguindo me sair bem. Tudo é questão de prática, de exercício, de vontade. Não apenas nos esportes, mas em qualquer área de atuação, tem que haver treino. Também todos sabemos disso: sem treinar, tirando aquele jogador de futebol, ninguém fica bom.

Atracada que estava conferindo uma fatura, me deparei com o seguinte enigma? Como uma cobrança errada podia estar certa? Como tirando um quantitativo o resultado podia ser o mesmo? Como adicionando outro quantitativo a conta sempre dava igual? Conferi, conferi, conferi. Passei pro estagiário que conferiu, conferiu, conferiu. Dava certo, mas eu sabia que estava errado. Meu cérebro entrou em combustão. Acabei batendo no tatame. Fui pedir ajuda ao meu Gerente.

Coloquei um monte de papel na frente dele, relatei mais ou menos o problema (porque àquela altura, nem falar mais eu estava conseguindo), ele olhou e, em dois segundos, decifrou o mistério sobre o qual estivera debruçada por duas horas. Explicou-me tudinho, perguntou se eu havia entendido, respondi que sim e saí da sala humilhada, orgulho ferido, uma ameba ambulante. Seis passadas depois, olhando pro papel, voltei e pedi pra explicar de novo. Ele explicou (é um santo). Não fiquei com o orgulho mais ferido porque ameba não tem dignidade.

Voltei para a minha mesa, escrevi tudo o que ele me explicou pra não esquecer (sou uma ameba com arterioesclerose) e pedi perdão à Deus por todas as vezes que chamei alguém de burro.

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