Fatinha

288 perguntas depois…

In humor on 03/04/2012 at 9:17 PM

Querido Brógui,

Funciona assim: sou nova no trabalho. Tenho que dar conta de uma montanha de coisas as quais jamais fiz. Então, como boa cara de pau que sou, vergonha na cara igual a zero, passo o dia inteiro disparando perguntas para todos os lados.

Ninguém escapa da minha metralhadora giratória. O Diretor, o Gerente, os colegas, a recepcionista, a copeira, os estagiários. Passou na minha frente, vira alvo. Aliás, nem precisa estar na minha frente: a menina que estou substituindo é alvejada pelo telefone e o supervisor, pelo rádio – é, tenho um rádio agora, objeto que ainda estou aprendendo a usar e que mereceu pelo menos umas vinte perguntas.

Perguntei pro gerente se eu tinha um limite de perguntas diárias. Ele disse que não. Abriu a porteira, né?

O que eu faço com isso? Onde estão os modelos de ofício? Onde arquiva? Pra quem eu mando o email? Qual é o endereço? Como entra no sistema? Qual é minha senha? Quem é Fulano? E Beltrano? Cadê o papel? Pode pegar? Cadê a planilha? Tem atalho?

A cada pergunta, várias sub perguntas surgem e eu disparo. Seja por vontade de ajudar ou pra se ver livre de mim, todas elas são respondidas.

Bem, só estou efetivamente exercendo minhas funções há dois dias. Pelo andar da carruagem, até amanhã, terão sido 432 perguntas. Para a felicidade de meus novos colegas de trabalho, essa semana é curta. Semana que vem, permanecerei inclemente. Não deixarei reféns. A tendência é o fluxo perguntador ir diminuindo. Se essa tendência não se confirmar, sinto que terei problemas. Nenhum ser humano, por mais gentil que seja, suporta tamanha tortura.

PS: quinta-feira, encontrei com algumas amigas e a preocupação de todas era se eu estava gostando do novo trabalho. Disse que ainda não sabia, não tinha começado direito. Agora, posso dizer: tô gostando sim. Apesar de ser totalmente diferente de tudo o que conheço, estou gostando de entrar nesse novo mundo, aprender coisas novas. Confesso que às vezes me dá uma certa claustrofobia e a dor no pescoço está me matando, mas nada que uma fugidinha até a calçada e um alongamento não resolvam.


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  1. Parabéns pela nova atividade profissional! Com calma e tempo, tudo vai clareando.
    Bj. Jorge

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  2. “Cara Amiga”, que bom você estar gostando! Mas o que eu quero lhe dizer é que a coisa aqui tá preta, é pirueta pra cavar o ganha-pão e a gente vai engolindo cada sapo no caminho… NINGUÉM segura esse rojão!

    Beijo.

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  3. “Cara Amiga”, que bom você estar gostando… Só posso dizer que “A coisa aqui tá preta”, é pirueta pra cavar o ganha-pão e a gente vai engolindo cada sapo no caminho…” Beijos.

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  4. Pergunta nº 289 (para fazer quando o pescoço doer e a clautrofobia apertar):
    Para onde será a próxima viagem internacional?

    Beijos,
    Ana Lúcia.

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