Querido Brógui,
Já ouviu falar no tal do risco-Brasil? O tal do índice de confiabilidade? Pois é. Eu acabo de criar um outro índice: o mico-Brasil. De acordo com esse novo indicador, a pontuação da patriamada sobe a cada novo mico pago. Estamos muitíssimo bem cotados.
Só essa semana pagamos dois dos bem grandes: a vexatória derrota da seleção aviária, que conta com patos, gansos, frangos e pavões. Todos os jogadores demonstrando extrema preocupação em ostentar penteados ridículos, inventar dancinhas imbecis e engravidar pistoleiras. Logicamente, não sobra muito tempo pra jogar futebol que preste. A eliminação sem conseguir fazer nem gol de pênalti, valeu bônus na cotação mico-Brasil.
Na esteira da eliminação na Copa América, a seleção que representa o Brasil nos jogos militares também tomou um pau. Da Argélia! Levaremos também bonificação na pontuação se não conseguirmos nem a medalha de bronze.
Também nos fazendo subir no ranking, temos o “naufrágio” dos portos na Amazônia. Segundo li, o Ministério dos Transportes – sempre ele – justificou dizendo que as obras não suportaram a cheia dos rios. Ã? Deixa ver se entendi: os portos fluviais não aguentam cheias. Mico total.
Para nos fazer alcançar grande pontuação, temos o furto de uma grana na sede da Polícia Civil do Rio de Janeiro, mais precisamente de dentro da gaveta do delegado. Não se sabe se foram cinco mil ou quinze mil reais, mas pra mim, isso pouco importa. O próprio delegado ser vítima dentro de sua delegacia vale pontuação mical. Aliás e a propósito, o que fazia essa grana toda, cash, dentro da gaveta do delegado? Hein? Para pagar obras em sua residência? Ah, tá.
Por último, hoje, menciono o atraso nas obras do Arco Metropolitano do Rio devido a um impasse sui-generis: o traçado passa bem em cima de uma área de proteção ambiental onde residem pererecas raras. A obra está parada enquanto se decide o que fazer com as pererecas: passar com o trator por cima delas, desviar o arco pro outro lado e aí ele deixar de ser um arco ou fazer um viaduto. Fala séééério! Cadê o engenheiro que não se tocou da existência de pererecas no caminho?
Fico por aqui, mas você está convidado a contribuir me contando outros casos que considere dignos de pontuação no mico-Brasil.