Querido Brógui,
Não sei andar de metrô. No Rio de Janeiro, é claro. Em Londres, faço a festa. Em Paris já é mais complicado, mas não me perco. Metida? Eu? Imagina! Estou apenas constatando a realidade, depois de ter pego o trem errado ontem.
Em Londres, com o mapinha das linhas chego em qualquer lugar porque lá não tem essa de compartilhamento de buraco. Aco-aco-aco! Cada um no seu buraco! Cada linha no seu lugar, não tem errada (a menos que não se consiga enxergar as letrinhas do micro mapinha que distribuem gratuitamente nas estações). Você entra no buraco, segue as setinhas, fica paradinho esperando e pronto. Viva o tube!
Para pegar trem é um pouco diferente porque vários param na mesma plataforma, mas, em toda a Europa, não apenas em UK, é só vigiar o horário e, às 12:01 ou 15:32, ele passa. Aliás, é muito legal, acho que eles fazem isso pra tirar onda: os horários todos são quebradinhos, coisa que não existe no Brasil, nosso relógio só funciona para os quartos de hora. Lembro que um cara da bilheteria em Bruxelas falou: “O trem sai daqui a três minutos.” Desci as escadas correndo e, três minutos depois, lá estava ele.
A propósito, quando estava no Velho Mundo, uma das minhas preocupações ao pegar o trem de uma cidade para a outra, ou de um país para o outro era entrar na composição errada e ir parar em outro planeta. Essa agonia passou quando Taninha me explicou que não tem errada: na hora marcada, só para aquele mesmo, então não tem que ficar olhando pra ver se no vagão tem escrito o nome do lugar para o qual me dirijo. É só arremessar a mala pra dentro e procurar um assento. Logicamente, como sou neurótica, sempre perguntava a mais de uma pessoa se aquele trem era aquele trem mesmo.
Aqui no Rio, ontem, peguei o metrô que vinha passando e depois foi que percebi que não era o onde eu deveria estar. Não sabia que havia duas linhas e que tinha que ficar olhando pra ver qual era o que estava passando. Tive que descer pra esperar o outro e isso me lembrou minha amada Londres e meu mapinha com as mais de quatorze linhas coloridinhas, com o nome das estações, cortando toda a cidade. Que saudades! Pelo menos lá não corro o risco de ir parar na Pavuna.
PS: Alerta à patrulha ideólogica politicamente correta: nada contra a Pavuna, nem seus habitantes, mas, vamos e venhamos, moro em Vila Isabel e não tenho absolutamente nenhum assunto a tratar por aquelas bandas.
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