Fatinha

O dia cachorrento e o meu Anjinho da Guarda

In humor on 08/12/2010 at 8:27 AM

Querido Brógui,

Ontem foi um daqueles dias que deveriam ser riscados da folhinha, daqueles nos quais você se arrepende amargamente de ter saído da cama.

Tudo começou às seis horas da manhã com um copo d’água derramado em cima da cama, cama na qual estávamos deitados eu e meu celular, que acabara de dar o toque da alvorada. Torta de sono, passei rapidamente a camisola no celular e fui fazer minha caneca de café pra ver se conseguia sintonizar minhas antenas externas para começar o dia.

Caneca nas mãos, olhei novamente para o celular – aquele novinho, que nem aprendi a usar direito – e vi que continuava molhado. No que eu passava mais uma vez a camisola nele, ele travou, depois apagou. Ainda sonada, pensei: “Morreu.” Consegui abrir, tirei a bateria, o chip – ambos encharcados – passei a camisola neles, sacudi o bicho pra tirar o excesso de água e fui cuidar da vida. Não, não dei nenhum ataque. Estava dormindo em pé, apenas minhas funções vitais estavam funcionando.

No decorrer da manhã, fui me dando conta do que havia ocorrido e, finda a jornada, corri pra casa pra ver o que realmente havia ocorrido. Será que ele tinha morrido mesmo? Tinha. Nada acontecia por mais que eu, desesperada, tentasse socorrê-lo.

Ok, já era, vá ao dentista, depois passe na loja pra tentar resolver, quem sabe contar uma história triste? No prédio do consultório, apenas um elevador funcionando, um calor infernal. Vinte minutos depois, toquei a campainha. Nada. Cansada, sentei no meio do corredor para esperar. Quarenta minutos depois, desisti e fui embora. Não, a dentista não me deu bolo, ela ligou cedinho avisando que não ia me atender porque ia a um enterro e deixou recado na secretária eletrônica e também mandou uma mensagem. Tudo para o celular, que jazia na estante da sala.

Na loja, fui informada de que teria que levar o aparelho para a assistência técnica. Pedi para tirarem o chip do novo e colocá-lo no antigo, estava chateada, o atendimento foi horrível, mas eu ainda estava anestesiada. O que será que tinha naquela caneca de café que tomei de manhã? Tudo dando errado e eu nem dei chilique!  Nem a minha voz Yorubá eu usei!

Cheguei a casa de novo, tomei banho de novo e me arrumei para ir para a escola de novo – é, também dou aulas à noite. Pensei com os meus botões: “Quem sabe o celular não está funcionando?”. Abri a sacolinha, abri a caixinha… CADÊ O CELULAR?

Aí, nesse momento, me descontrolei. Afogar ao celular, ok. Ter que levar pra consertar, ok. MAS, PERDER?

Em dois minutos estava dentro do carro, com lágrimas nos olhos, voltando para a loja. Torcia para que nenhum funcionário tivesse afanado meu aparelho quebrado pra fazer um troco de final de ano. Pedia a Deus que me iluminasse e desse um jeito na minha cabeça desaparafusada.

Na loja, finalmente meu Anjo da Guarda começou a trabalhar – acho que ele tinha ingerido pela manhã a mesma substância anestésica que eu. O celular estava lá guardado na gerência da loja. E não é só isso: estava ligado. E não é só isso: estava funcionando.

Não tem explicação. Foi meu Anjinho, que anda lerdo e cansado como eu, mas ainda dá conta do recado.


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  1. Olá, Fatinha! Não se esqueça que é dezembro e seu anjinho também deve estar precisando de uma folga. Anjinho de professora rala demais, não é? Abração e boas e urgentes férias. paz e bem.

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  2. Oba, que legal, é sempre bom ler uma história com final feliz. bjnho!

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