Querido Brógui,
As crianças têm razão: nada melhor que um brinquedo novo. Troquei meu celular por um daqueles modernosos, sem teclas, que canta, dança, sapateia, acessa internet, faz shiatsu e ainda posso usá-lo para telefonar! Muito legal, ainda se considerar que custou menos que uma saída cinema-pipoca-refrigerante.
Tudo bem que ontem passei o dia inteiro tentando entender como funcionava o treco, mas já aprendi a ligar e a desligar. Não consegui atender uma chamada, mas isso é o de menos, consegui retornar depois.
Lidar com o tal do touch screen – sabe a telinha que você mete o dedão pra usar? – demanda um certo treino, além de dedos menores e unhas maiores, principalmente para mandar mensagens de texto. Também para usar aquela parada de rolar a tela – bacana pra cacete – vou precisar fazer um cursinho intensivo na NASA, mas é divertido procurar o telefone de alguém e não conseguir parar em cima do nome da criatura, parece coisa de loteria federal.
Consegui acessar a internet, mas não enxergo as letrinhas. Sem problema: vou comprar uma lupa para usar como acessório, além de uma flanelinha pra limpar a tela que fica cheia de impressões digitais engorduradas.
Bem, estou mais adiantada do que minha santa mãezinha, que herdou o celular antigo. Ela ainda não aprendeu a ligar e desligar o aparelho. Vou ensinar de novo hoje.