Querido Brógui,
Já vai fazer um mês do meu retorno às terras tupiniquins. Ainda sonho todos os dias com a minha viagem e já planejo a próxima. Andei organizando meu álbum, mas ainda falta muita coisa. Meu computador também não está ajudando, tá com “pobrema”. Estou tentando estender sua vida o máximo possível, pelo menos até acabar de pagar as contas das férias.
Mas, vamos às novidades.
Fiquei gripada essa semana. Meu organismo não está mais adaptado a essa mudança climática que nós cariocas vivemos. É bafão quente na cara, ar condicionado, ventilador, bafão de novo e por aí vai. Acho que sou uma neguinha muito da metida que se descobriu européia depois de velha.
Como lido com o calor?
No trabalho, conto com um ventilador na sala de aula (que não fica virado pra mim) e olhe lá. Posicionei minha mesa na frente da porta pra pegar um ventinho do corredor. Mesmo assim preciso fazer uma troca de roupa estratégica na hora do recreio, caso contrário o suor seca no meu corpo e começo a espirrar (sou alérgica a mim mesma).
Em casa, tomo de três a quatro banhos por dia e não me seco. Tento assim aumentar o tempo de duração da leve sensação de frescor pós-banho. Apenas leve sensação, pois como moro em uma casa, a água sempre está morninha já que a caixa d’água leva sol direto.
Na rua, fico me escondendo nas sombras das marquises, das árvores, dos postes. Fico atravessando a rua pra lá pra cá e mudando o trajeto para não me expor demais. Sempre que possível, um aguinha gelada, um picolé, uma coquinha. E lencinhos umedecidos pra refrescar.
Vou sobrevivendo, amando os dias nublados e as pequenas gotas de chuva que vez por outra caem aqui, na antessala do inferno. Bem, pelo menos aqui não tem terremoto.