Querido Brógui
É… A Vila não foi campeã, não obstante minha fervorosa torcida (ou terá sido por causa dela? Sei lá, essa coisa de pé frio…). Pôxa! Fiz até promessa de comparecer à quadra, fiquei acompanhando a apuração até o final, torcendo contra o Salgueiro e a Beija Flor (coisa feia!…), xinguei os jurados que deram nota baixa no samba e na bateria. Mas…
De todo modo, não foi pra isso que vim aqui falar com você. Vim contar um fato curioso: logo eu, a não-foliã assumida, tenho como minha mais remota lembrança exatamente um carnaval, nos idos do século passado, quando tinha apenas dois anos de idade. Impressionante, não? Dizem que a primeira infância não fica gravada na nossa memória, mas eu sou a prova viva de que isso não é verdade.
Pois é. Não foi por falta de incentivo que não me tornei uma foliã de carteirinha. Mamãe e Papai sempre nos levavam à Avenida Rio Branco pra ver o Bafo da Onça (ainda existe esse bloco?), o Cacique de Ramos e o Cordão da Bola Preta.
Lembro direitinho de ficar tentando jogar a serpentina bem longe, que nem minha mãe fazia e nunca conseguir. Também lembro que sempre vinha uma outra criança correndo e tomava a serpentina da minha mão (sempre fui bobalhona). Um dia, parei de tentar jogar, aprendi a me divertir enrolando e desenrolando aquela tirinha. Com os confetes era mais fácil: eu jogava pra cima e depois catava do chão pra jogar de novo.
Então tá. Já confessei que um dia fui da gandaia, mas o carnaval acabou, Carlinhos Brown fez seu arrastão com a onipresente Ivete, o Bacalhau do Batata saiu de manhã lá na terrinha e acho que aqui no Rio o único bloco que saiu foi o da Comlurb.
Tá triste porque a moleza acabou? Relaxe. Faltam apenas 347 dias para o próximo carnaval e esse ano tem um monte de feriados que a gente vai poder emendar.