Fatinha

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O sapo e o príncipe

In humor on 31/01/2009 at 7:06 AM

Querido Brógui,

 

Como a edição anterior causou comoção nacional e intensos debates entre os Queridos Bróguis, decidi requentar uma edição do falecido Querido Diário, datado de 2006, para provar que acredito na existência do meu Príncipe, mas que ele está usando uma máscara de sapo só pra me sacanear.   

 

“ Querido Diário,

 

            Depois de ouvir mais uma comovente história (saco!) de uma mulher que descobriu que seu príncipe era um sapo disfarçado decidi refletir sobre o assunto. Quando as histórias desgracentas se repetem ad nauseam, tem algo errado.

Compartilho com você minhas sempre brilhantes conclusões. Como no momento de tão profundas reflexões acerca do tema eu estava me matando na academia, talvez elas tenham sido um tanto comprometidas pela pouca oxigenação no cérebro causada pelo excesso de exercício aeróbio. Mas, vamos lá.

           Lembrei daquele conto de fadas, aquele do príncipe e do sapo. Lembra? Pois é. Ele é muito claro: o correto é beijar o sapo pra ele virar príncipe e não o contrário. Como nós, princesas, insistimos em subverter a ordem das coisas, mandamos mal. O encanto dá errado. A gente pega o príncipe e o transforma num sapo. É simples assim: beije o sapo.

Eca! Eu lá vou beijar um sapo?

Vai, querida. Se quiser sair da prateleira, vai. Não tá entendendo que esse é o grande pulo do gato? Ademais, pense bem, não é tão ruim como parece. É só procurar ver o lado bom da coisa: primeiro, caçar sapos não é tão difícil assim, basta uma redinha mixuruca e uma boa pontaria; segundo, as leis do mercado estarão a seu favor, já que tem muita oferta e pouca procura; terceiro, se o sapo come insetos, porque não vai querer comer você? (Credo! Essa foi horrível!).

Não se convenceu? Como não? Tá achando que eu tô chutando? Pois fique sabendo que minha tese está exaustivamente documentada em toneladas de casos de sucesso com sapos e tocos com príncipes.  

Quer um exemplo? Com a bênção de minha rainha-prima Milinha e de seu excelentíssimo príncipe consorte Leandro, vou contar sua linda história de amor.

Eles estão casadinhos há quase dez anos. Isso, para os padrões atuais de tolerância dos casais, é uma eternidade. Ver os dois juntos é coisa de deixar qualquer diabético em coma. É bonitinho ver um casal que se mantém apaixonado mesmo depois de anos de convivência, filhos, ex-mulheres, filhos de outros casamentos, grana curta.

Como começou? Ela o achava feio, jeca, sem-graça, gordo, pobre, um horror. Se bem me lembro ela confessou até ter feito algumas grosserias para ver se ele largava do pé dela. Chegou a ameaçá-lo com o casamento, terror de todos os homens solteiros, separados, viúvos e até mesmo dos casados. E ele? Nem aí. Sempre confiante no ditado “água mole em pedra dura…”. Até que um dia, ela, vencida pelo cansaço, pra se livrar daquela mala-pesada-de-papelão-sem-alça-em-dia-de-chuva, que não a deixava ter sossego, decidiu render-se. Beijou o sapo. Resultado? Puft! Virou príncipe. Milinha desde então está com os quatro pneus arriados. Pagando paixão. Mico total, com direito a todas as cafonices que um verdadeiro amor autoriza.

E o sapinho? Ops! E o príncipe? A trata como qualquer mulher do planeta gostaria de ser tratada, como uma rainha (não basta ser princesa, tem que ser rainha, não vê a falecida Diana?).

Moral da história: beije o sapo, que funciona. Decidi hoje parar com esse negócio de ficar paquerando príncipe e depois ir parar debaixo das patas do cavalo branco! De agora em diante, se quiserem me encontrar, estarei dando plantão na beira da lagoa.

 

           

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