Fatinha

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Saindo sushi pelo ladrão.

In Sem categoria on 29/10/2007 at 7:26 PM

Querido Brógui

Há muito tempo que não dou tantas gargalhadas como ontem, na hora do almoço. Sabe aquelas minhas gargalhadas altas, padrão “comunidade”?

Fui almoçar com Roberta, comer sushi (desculpe, Tequinha, não foi miojo com ovo cozido como lhe disse). O restaurante era rodízio. No breve lapso de tempo em que fui ao banheiro, Bobinha começou a fazer o pedido. A fome era negra, acho que por isso minha querida amiga se soltou. Quando começou a chegar a comida, vi que era o suficiente para alimentar uma dúzia de estivadores (se é que um estivador comeria peixe cru). Arregalei os olhos e disse que a gente não ia conseguir dar conta daquilo tudo. Perguntei se tinha alguma multa, algum castigo físico se a gente deixasse comida no prato. Bobinha garantiu que não (tolinha!!!).

Iniciamos os trabalhos. Comemos, comemos, comemos… A quantidade de comida era infinita. Lá pelas tantas, começou a sair sashimi pelas nossas orelhas. Ainda restavam mais de trinta peças para serem comidas, fora os espetinhos, o nirá, o rolinho-primavera … Roberta então, muito sem-graça, me comunicou que teríamos que pagar pelas sobras. Comecei a rir. Desespero? Não. É muito engraçado mesmo a gente ser obrigada a comer, parece que a comida cresce dentro da boca e se multiplica no prato. Como iríamos comer aquilo tudo? Sugeri que começássemos naquele instante a praticar a bulimia. Sabe? Abrir espaço para comer mais. Comi mais uma ou duas peças e joguei a toalha. Não dava. Já estava passando mal. Roberta estava vermelha, quase chorando.

Então, surgiu a brilhante idéia de começar a abduzir as peças, fazer com que elas sumissem de cima da mesa. Na maior cara de pau, troquei os pratos de lugar para ficarem estrategicamente posicionados para facilitar as manobras. Descobri que Bobinha tem talento para Mr. M. A velocidade com que as peças saiam de cima da mesa e iam parar na bolsa dela, foi uma coisa de circo. Tivemos crises de riso, em determinado momento achei que fôssemos ter um treco. Eu ficava vigiando o garçom e ela sumindo com as peças. Ficamos imaginando se na hora de pagar a conta, saísse rolando de dentro da bolsa os sushis. Falei que iria levantar para fazer “paredinha”. Peguei mais guardanapos na mesa vizinha para ela embrulhar a comida. Pensei em roubarmos o prato logo de uma vez. Cheguei a convidar um garçom para almoçar conosco. Lá pelas tantas acho que a gerente ficou com pena da gente, ou com vergonha por causa das gargalhadas ou percebeu que a comida sumia do prato e nenhuma de nós estava mastigando, sei lá. Só sei que ela disse que a gente não ia precisar pagar pelas sobras. Ufa! Me senti alforriada. Até comi sobremesa.

Saldo da tarde: a bolsa da Roberta fedia a peixe, mas estávamos felizes como pinto no lixo. É muito bom transgredir, fazer travessuras, gargalhar até ficar com dor na barriga. Muito bom mesmo. Recomendo.

Maluca, pero no mucho.

In Sem categoria on 29/10/2007 at 4:46 PM

Querido Brógui,

Domingão, dia de acordar um pouquinho mais tarde, exceto quando se tem uma vizinha que resolve surtar antes do dia amanhecer.
Não sei a que horas deu a louca na louca – não consigo enxergar o relógio que fica em cima de escrivaninha – mas ainda estava escuro. Ouvi o primeiro urro: “VAAAAAAAAAAACA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”
Abri os olhos, meio ainda sem saber se o grito era do meu sonho ou era real. Veio o segundo: “VAAAAAAAAAAACA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”
Era real. Levantei, olhei pela janela pra ver quem era. Não vi. Terceiro grito: “VAAAAAAAAAAACA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”
Fui lá na cozinha, abri a porta e finalmente vi quem era a dona da voz: uma senhora do prédio ao lado. Aparentemente a dona teve uma crise matinal e foi pra varanda soltar os bichos, mais precisamente, soltar a vaca. Rapidamente saí do campo de visão dela. Vai que ela fica com mais raiva ainda? Voltei pra cama na esperança de que sua fúria passasse e pudesse eu voltar aos braços de Morfeu. Quando estava quase dormindo, outro grito e mais outro e mais outro. Os gritos eram dados no exato intervalo que eu levava pra engatar o sono. Como dizem nos filmes americanos: perfect timing.
Uma moça disse: “Minha senhora, por favor, pare de gritar!”. A senhora gritou mais alto, agora tendo um alvo visível: “VAAAAAAAAAAACA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!” A moça se calou.
Depois de algum tempo outra vizinha resolveu se manifestar: “Minha senhora, meu bebê está assustado!” A senhora, impiedosa, berrou: “VAAAAAAAAAAACA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”
Alguns minutos depois, ouço uma voz masculina, possante, grave, estrondosa, determinada, que ecoou por toda Vila Isabel: “Cala a boca, porra!!!!”
Instantaneamente a maluca parou de gritar. Maluca, pero no mucho, ainda não perdeu a noção do perigo.
Moral da história: Deus existe, gosta de dormir até mais tarde no domingo e fala palavrão.

Manual de instruções

In Sem categoria on 29/10/2007 at 10:23 AM

Querido Brógui,

Elaborei um brevíssimo manual de instruções para o envio de mensagens pela internet. Tenho certeza de que muitas das minhas regrinhas pessoais vão de encontro ao que você sempre quis dizer e nunca teve coragem.
Regrinha nº 1: não mande mensagem dentro de mensagem dentro de mensagem dentro de mensagem dentro de mensagem dentro de mensagem… É chato pra cacete e quem recebe fica com câimbra no dedo de tanto abrir anexo.
Regrinha nº 2: não mande corrente. De nenhuma espécie. Corrente foi feita pra ser quebrada. Comigo funciona assim: foi corrente, eu quebro, eu tô aqui pra isso mesmo. Se minha salvação está condicionada a repassar essas mensagens, acho que o capeta já tem uma cama bem quentinha pronta pra mim lá nas profundezas.
Regrinha nº 3: não mande slides com fotos artísticas de pôr do sol, fundo musical de saxofone, aquelas letrinhas caindo uma por uma bem devagarinho e a velha lenga-lenga de que a vida é linda, eu amo você, Deus é dez. Putz, todo mundo sabe que a vida é linda, seu amigo também ama você e Deus é dez mesmo, mas essas mensagens fazem a pessoa desejar a própria morte, odiar você por quase um segundo e questionar a existência de Deus.
Regrinha nº 4: quer que seu amigo compartilhe com você sua última viagem, quer que veja como suas crianças são lindas, como foi a festa no seu trabalho? Mande uma foto, talvez duas, mas não mais que três. Não precisa descarregar a maldita máquina digital inteira!
Regrinha nº 5: não mande nenhum texto com mais de dez linhas. Ninguém vai ter saco pra ler. Em tempos digitais, agilidade na informação é tudo. O texto é bom mesmo? Então faz um favor: resuma e seu amigo lhe será eternamente grato.
Regrinha nº 6: não mande vídeo de pegadinhas. Não tem menor graça ficar rindo a custa do outro. Se fosse comigo, quando o cara começasse a rir dizendo que era brincadeirinha, tomava logo um murro pra acabar de rir sem os dentes da frente.
Pronto. É só isso. Fala a verdade: minhas regrinhas até que são bem razoáveis, nâo?

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