Fatinha

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Pelamordedeus!!!

In Sem categoria on 12/10/2007 at 10:33 PM

Querido Brógui,

Não sei onde li, quando li, minha memória seletiva está cada vez melhor, mas acabei de me lembrei de uma notícia que me gelou a boca do estômago. Pelamordedeus, diga que é mentira, diga que foi um pesadelo, uma visão do inferno. O Wagner Montes vai ser candidato ao governo do Estado?
Já não chega termos sido atropelados por tantas figuras inomináveis? O carioca realmente merece isso? Eu mereço? Puxa, sou uma pessoa tão legal, cumpro minhas obrigações direitinho, respeito os mais velhos, escovo os dentes todos os dias, aprendi até a dar bom dia de manhã quando chego no trabalho…
A figura desse cara é asqueirosa, ele só fala aos berros, só diz bobagem, comete erros de português que fazem Camões se revirar no túmulo. Tive a infelicidade de ver seu programa no salão, enquanto fazia as unhas. A manicure quase cortou meus dedos fora, embevecida com o tal do programa, dizendo que era melhor que o RJTV que não dava noticia de nada (!).
O que essa criatura tem a nos oferecer? O que ele entende de administração? De política? O que ele sabe além de nomear uma por uma todas as armas, de todos os calibres, descrever em detalhes essa ou aquela matança na favela e mandar abraços para os seus amigos policiais?
Por isso é que eu encarno aquele meu velho amigo, Murphy, que diz: “Se houver alguma possibilidade de ser pior, será.”

Tirando o bolor

In Sem categoria on 12/10/2007 at 10:12 PM

Querido Brógui,

Compelida pelo desejo de colocar uma saia sem ficar embaraçada pela exposição da minha cor amarelo-icterícia, depois longo e tenebroso inverno, fui à praia. Bem, o feriadão estimulou minha gazeta, embora não tenha resistido ao impulso de levar comigo o livro de Direito Tributário. Como é óbvio, não li uma linha sequer, mas minha consciência ficou deveras tranqüila.
Acordei às seis horas da manhã. Tão cedo assim? É. Primeiro porque minha neurose urbana não consegue se livrar do pânico de ficar rodando em busca de uma vaguinha para o Tigrão. Depois, como não pego sol desde o inicio do ano, não seria conveniente encarar o Astro Rei no horário que ele está mais carniceiro. Por último, se eu acordo nesse horário para ir trabalhar, porque não acordar para ir me divertir?
Às sete, já estava a caminho, toda feliz. Quer dizer, fiquei meio chateada quando botei o biquíni e este revelou os três quilos a mais que acumulei nos últimos meses, mas ainda assim estava feliz.
Cheguei à praia antes do flanelinha, o que me deu a oportunidade de economizar uns trocados para comprar um biscoito Grobo e um Guaraprus. Enquanto tentava abstrair o frio miserável que estava fazendo, o vento intermitente que me gelava as entranhas, constatei mais uma vez que não há um vendedor ambulante que consiga falar corretamente o nome desses dois produtos. Nem unzinho pra remédio. Zero. Não sei se é apenas vício de linguagem ou se eles acham que se falarem direito ninguém mais vai comprar. Seja como for, praia no Rio sem biscoito Grobo é como praia no Recife sem caldinho. Aliás, é coisa que sempre me causou muita estranheza esse negócio de tomar caldinho quente na praia, mas enfim…
Sentei na minha cadeirinha e pairou uma dúvida: será que ela encolheu ou meus quadris aumentaram? Deve ter encolhido, tanto tempo sem uso… Em volta de mim, apenas bebês, papais e mamães. Graças a Deus que os bebês ficam confinados em suas piscininhas de plástico e não jogam areia em cima de vítimas inocentes. Tenho sempre o cuidado, ao chegar à praia, em fazer o mapeamento do território. Não sento perto nem de crianças, nem de cachorros.
Além de mim e dos bebês, alguns atletas, cheios de disposição, correndo na areia. O movimento dos barraqueiros arrumando suas coisas, os garis com seu trator recolhendo o lixo da areia (eita povinho porco), um policial fazendo manobras arrojadas em seu triciclo, um labrador correndo atrás de uma bolinha de tênis…
Não tinha dado dez horas ainda, levantei meu acampamento. Dei adeus ao paraíso.
Só para registro: fiquei meio rosa e meio ardida só de pegar esse solzinho de neném. Imagina se eu me animo e fico mais um pouco? Ia ter que dormir pendurada num cabide, ou então de cabeça pra baixo no teto, como uma morcegona. Foi-se o tempo em que eu ficava coarando no sol o dia inteiro e nada de mal acontecia, apenas um belíssimo bronzeado. É, a camada de ozônio tá indo pro cacete mesmo.

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